Como se não bastasse essa absurda e desumana falta d’água na cidade, outro assunto está gerando mais revolta ainda na população patafufa. Desta vez, trata-se da paralisação do Hospital Nossa Senhora da Conceição, decidida por representantes da categoria, por causa do atraso de quase 7 meses no pagamento dos salários. Foi divulgado que a paralisação teria início na 3ª feira, dia 7, mas isso não aconteceu.
“PAGO PRA VER” – No dia 3, a reportagem GP conversou com o prefeito Antônio Júlio. Confira.
“É um absurdo! Eu vejo dessa forma: alguém fazendo um ato terrorista e isso merece ser apurado pelo Ministério Público. No meu entender, isso é terrorismo. Vieram aqui médicos de fora com alguns médicos daqui, dizendo que irão fechar o hospital, mas eu pago pra ver se eles terão coragem de tomar essa decisão. A prefeitura irá tomar providência, pois estamos rigorosamente em dia com o hospital. O maior problema do hospital é de direção. Houve uma disputa, há alguns meses, entre grupos que tomaram conta do hospital e agora eles têm de dar conta do recado. Se eles não dão conta, a população não pode pagar essa conta e não vai pagar, porque não irei permitir. Irei tomar qualquer tipo de medida que for preciso, até mesmo de intervenção administrativa do hospital, mas a população de Pará de Minas não será refém desses médicos. Não irei permitir e nem aceitar isso”, desafia o prefeito.
FALTA ADMINISTRAÇÃO – “Tivemos uma reunião na semana passada com um órgão do Ministério Público para tomar algumas providências. A prefeitura tem ajudado o hospital dentro das nossas possibilidades. Ou seja, tiramos o atendimento do Pronto Socorro e levamos para o P.A., para diminuir o custo do hospital, mas parece que nada disso resolveu. O prejuízo continua e as dificuldades também. O que falta é administração e enquanto não tiver administração, o hospital não terá solução”.
CASO DE POLÍCIA – “O médico que deixar de atender um C.T.I., vai virar caso de polícia, porque ninguém irá ficar sem atendimento em Pará de Minas. Os médicos falam, falam e não largam o hospital. Esse é que é o problema e eu tomarei a posição que for necessária! Eu já conheço essa história e quem tem de tomar providências é a direção do hospital. Afirmo que os pagamentos (da prefeitura para o hospital) estão rigorosamente em dia e eu não estou entendendo essas ameaças. A partir do momento que alguém diz que vai fechar o hospital e que não terá atendimento, a população fica apavorada, mas todos podem ficar tranquilos, porque estamos atentos e isso não irá acontecer”!
E OS MÉDICOS? – Como não poderia deixar de ser, a reportagem GP ligou para o diretor clínico do hospital, médico Francisco Olazabal Chicata, que preferiu não se manifestar, dizendo apenas que prefere não criar mais polêmicas. Entretanto, houve uma reunião na noite de 6 de outubro, 2ª feira, no salão nobre do hospital, quando a classe médica decidiu prorrogar a possível data de início da greve.
ESCLARECIMENTO PÚBLICO - No entanto, a Associação Médica local enviou um comunicado, intitulado Médicos Provam Solução Apontada no H.N.S.C., antes do fechamento desta edição. Veja em resumo.
“Em assembleia realizada na noite do dia 7, 3ª feira, os profissionais concordaram em suspender a greve em função dos acordos firmados nesses últimos dias com representantes do hospital, do poder público municipal, estadual e federal, além do Ministério Público da Comarca de Pará de Minas. Existe um consenso no sentido de que as ações propostas têm tudo para mudar a situação financeira da instituição que, hoje, amarga uma dívida trabalhista de 7 meses com a classe médica. Entretanto, com garantia de receber os atrasados em pouco tempo, e os futuros salários em dia, os médicos reassumiram o compromisso de cumprir as metas estabelecidas pelo hospital e de continuar se dedicando ao bom atendimento. Foi criado o Comitê de Gestão de Crise que, além de levantar a situação do hospital, vai propor medidas para o restabelecimento do seu controle financeiro e melhorias no atendimento da população”.