Eike Batista já não é mais o principal acionista da OGX. Nesta quinta-feira (17/10), assembleia geral da OGPar (antiga OGX) aprovou a conversão das dívidas de R$ 13,8 bilhões da empresa em ações. A companhia emitiu 86.255.986 ações ordinárias, a R$ 160 cada, o equivalente aos R$ 13,8 bilhões em débitos. Os papéis serão distribuidos entre os credores da petroleira criada por Eike, proporcionalmente ao que eles têm direito. Com o rearranjo societário, o empresário "paga" suas dívidas e, junto com outros minoritários, fica com 28,5% dos papéis da companhia. Os demais credores passam a deter 71,43% da nova OGX.
Em comunicado à CVM, a empresa informou também que a BM&FBovespa aprovou a listagem de suas ações na bolsa. Elas passarão a ser negociadas sob um novo código: OGSA3. Ainda não há uma data marcada para o início da negociação das ações.
"A capitalização dos créditos representa o passo mais importante na recuperação judicial e superação da crise do Grupo OGX. O Grupo OGX reduziu suas dívidas concursais e extraconcursais aderentes aos planos, no valor aproximado de US$ 5,7 bilhões, convertendo-as em capital. Tal passo viabilizará a manutenção e crescimento das atividades e operações do Grupo OGX", afirma o comunicado.
Crise
A OGX, que depois foi rebatizada de OGPar, entrou com um pedido de recuperação judicial há quase um ano, no dia 30 de outubro de 2013. Na época, o pedido já era esperado pelo mercado. A situação da empresa se complicou quando a produção de petróleo de seus poços ficou abaixo do esperado e os resultados do projeto que Eike tanto havia anunciado não se concretizaram. A OGX ficou endividada e com poucas fontes de receita.
Atualmente, além de ter perdido sua fortuna - ele já foi o sétimo mais rico do mundo - Eike também enfrenta uma série de acusações e processos na Justiça por crimes financeiros e manipulação de mercado.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/Informacao/Acao/noticia/2014/10/eike-entrega-controle-da-ogx-aos-credores.html