O museu de Pará de Minas mantém até amanhã, sábado, dia 25, a exposição Um Olhar Para a Evolução do Lixo em Pará de Minas que pretende conscientizar as pessoas sobre o descarte correto dos resíduos, a partir de questões sociais e ambientais da cidade. Com trabalhos confeccionados com materiais recicláveis, exposição de fotografias e banners, o público poderá conhecer e acompanhar as alterações e possíveis mudanças na destinação do lixo de Pará de Minas. A reportagem GP, claro, foi conferir essa importante exposição, quando conversou com a educadora ambiental Sônia Naime. Confira.
“A intenção dessa mostra é despertar a atenção de toda a comunidade, pois estamos mostrando, também, os números, já que hoje o aspecto também é econômico. A nossa ideia é envolver as pessoas. Trazemos uma mostra da coleta seletiva, desde a época em que erradicamos o Lixão e queremos mostrar que esses números precisam melhorar. A coleta seletiva de Pará de Minas pode gerar 536 empregos e isso representa 16% da nossa margem de desemprego em Pará de Minas. Temos de gerar empregos nesse setor e, para isso, temos de educar a população. Queremos chamar atenção para o descarte de outros resíduos, pois a coleta seletiva limita-se muito em papel, papelão, alumínio e vidro. Mas existem outros resíduos que envolvem tecnologia de desmanche e de reaproveitamento de metal. São tecnologias que o Brasil não está prestando atenção e quem leva toda vantagem com esses resíduos é a China, pois tudo vai para lá, onde eles mineram e separam o ouro, a prata, o cobre e uma série de outros minerais, tendo aí o grande ganho financeiro. Todos esses materiais geram um impacto imensurável ao meio ambiente. Fora isso, eles não podem ir para leito de rios e nem para aterros”, ensina Sônia.
FALTAM 3 COISAS - “A prefeitura precisa criar chamadas nos veículos de comunicação, porque só com uma mobilização intensa, nós poderemos alertar e lembrar as pessoas de destinar os lixos a um local correto que, por sinal, deveria ser implantado pela prefeitura. Infelizmente, nós pegamos todo esse material e descartamos de forma imprudente e incorreta. Não queremos usar o Aterro Sanitário, não precisamos aterrar nada. Vamos destinar corretamente, porque iremos gerar emprego, renda e despoluir a natureza. A situação poderia estar melhor. Observo que ainda não damos a necessária atenção, uma vez que em cada 100KG que joga-se fora, apenas 12KG vão para a Ascamp - Associação de Catadores de Pará de Minas. Temos ainda cerca de 306 toneladas de resíduos que estão sendo aterrados ainda, material que poderia ter outra destinação. Isso demonstra falta de atenção, de investimento e de boa vontade. Temos e podemos alcançar 100% do descarte correto. Todo material jogado fora é feito de matéria-prima e se transformará em matéria-prima novamente. Isso é renda, economia e qualidade de vida. Só há ganhos”.