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Pequenas na altura, grandes na quadra - 31/10/2014

No Brasil, o tênis não é um esporte de tanta repercussão como o futebol, por ter o custo alto, mas, aos poucos, ele conquistando mais adeptos. Em Pará de Minas, por exemplo, a reportagem G.P. conversou com 3 jovens e promissoras tenistas, as irmãs Chicata, Lara, 16, Giulia, 13, e Milena, 9. Ultimamente, elas têm feito treinamento em outro país, o Peru, devido a carência do esporte não só em Pará de Minas, como em todo o Brasil. Confira o que elas disseram. “Nosso pai (o oftalmologista, Eloy Chicata) sempre nos incentivou a fazer algum esporte. E eu e a Giulia tivemos interesse de praticar esse esporte. Aí, a Milena, observando a gente jogar, também teve (riso). Começamos a fazer algo mais sério ao mudarmos para o Peru, porém sempre visitamos Pará de Minas, pois é aqui que fazemos nossa preparação física. Já estamos disputando campeonatos internacionais e estamos preparando para jogarmos a Copa Guga. Após esse campeonato, vou participar de um torneio na Bolívia e, a partir de janeiro, começo a Gira Cosat - Confederação Sulamericana de Tênis, que é um torneio que passa por Venezuela, Equador, Colômbia, Bolívia, Peru, Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile e Brasil. Minha irmã Lara já participou da Gira Cosat e agora vai participar da Categoria 18. Ela busca entrar para o I.T.F. - Federação Internacional de Tênis. Já a Milena participa do seu 3º torneio, seguindo nossos passos”, informa Giulia. E OS PATROCÍNIOS? – “Nós sentimos falta do Brasil, mas aqui não temos um treinamento tão sério e para nós que queremos levar o esporte a sério, um dia ou outro, teríamos de ir para fora. No Peru, temos uma base boa e sólida, quando treinamos antes e depois de irmos para a escola. Queremos ser profissionais, mas está complicado, porque não temos apoio de ninguém e para o nosso pai fica difícil, pois é um gasto enorme. O tênis não é um esporte barato e têm ainda as passagens, as viagens, as raquetes, as roupas... São muitas coisas, não é fácil encontrar patrocinadores. Volto a reforçar (na GAZETA) o meu pedido para que alguma autoridade (ou empresário) possa nos patrocinar. Já tem um tempo que pedimos apoio e ninguém tem nos ajudado. O atleta precisa de apoio para conseguir ir em frente”, reclama Lara. NOME DA CIDADE – O pai das garotas, o oftalmologista Eloy Augusto Chicata, complementou a fala das filhas. Leia. “Em Pará de Minas, todos sabem que elas são atletas e jogam tênis, já representaram o Brasil. A Giulia foi campeã mineira e vice-campeã brasileira em um dos torneios mais importantes do Brasil. A Lara foi campeã peruana duas vezes, além de campeã sul-americana, mas nunca tivemos ajuda alguma. É importante ressaltar que elas também levam o nome de Pará de Minas (junto com elas). É uma luta diária, mas estamos no caminho certo”, informa o pai. A reportagem GP também conversou com o preparador físico das tenistas, o gaúcho Evandro Luís Saraiva, 50, que contou como tem sido treinar essas jovens patafufas. Saiba mais. “Eu atuo em todas as áreas do esporte, desde tenistas, jogadores de futebol e lutadores. Meu trabalho é baseado na análise do esporte e, em cima das deficiências de cada atleta, eu monto um módulo de trabalho, onde eu possa melhorar a performance dentro do esporte em que o atleta trabalha. Cada uma delas tem sua individualidade, temos de preparar a estrutura de trabalho em cima de suas deficiências. Eu adoro elas, porque são meninas muito aplicadas, determinadas e sabem o que querem. Trabalhar com pessoas assim faz com que você relembre de vivências de quando você era o atleta. Me realizo trabalhando com elas. Mas, infelizmente, eu vejo que as federações não atuam como deveriam; não existe o apoio que deveria de existir. Perdemos a Era Guga, porque o Brasil não soube usá-lo. Ele foi um ícone no tênis mundial. O tênis, atualmente, é um investimento particular, pois não há empresas que apóiem. É uma pena! É preciso que haja uma reformulação escolar, onde o esporte (em geral) seja encarado de uma forma mais séria e digna. A rede de ensino deveria dar mais atenção à educação física”, aponta o caminho Evandro. (Matéria sugerida por MAIZA LAGE. Texto da REPORTAGEM G.P.).

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