Em busca de jovens pará-minenses que optam por construir suas vidas fora do Brasil, a reportagem GP conversou com o comunicólogo Luiz Falconeri Sousa Pinto Coelho, 29, filho de Marluce e Daniel, que contou um pouco de sua vida em Londres/Inglaterra. Não deixe de ler.
“Nasci em Belo Horizonte, mas foi em Pará de Minas que cresci. Formei-me no curso de Comunicação, pela Universidade da Fumec, em Belo Horizonte, em 2006, e, já no ano seguinte, fui para Londres para aperfeiçoar o meu Inglês. Desde então, há 7 anos que moro aqui e agora estou tentando obter a cidadania inglesa. Trabalho como profissional liberal, dando treinamento cultural para estrangeiros em empresas que têm negócios com o Brasil e/ou empresas que precisem que seus funcionários falem Português e entendam um pouco sobre a realidade socioeconômica e política do país. Uma das companhias para as quais trabalho é o Bradesco. Iniciei um mestrado em linguística com ênfase em neurolinguística na University College London e também estou trabalhando num projeto para a promoção do ensino da língua portuguesa no mundo e maior integração internacional do Brasil”, destaca Falconeri, como é mais conhecido.
“A ideia é reconhecer que
somos bastante importantes e não deixar que os políticos se aproveitem de nós”.
POLÍTICA BRASILEIRA – “Acho que precisamos de pioneirismo político, uma política internacional menos amadora que envolva mais ousadia e menos baixa autoestima. Acho que a maioria dos brasileiros são alheiros aos desafios geopolíticos do país e se limitam às questões irrelevantes, quando o assunto é política. Eu fico vendo os posts dos meus amigos e conhecidos no facebook sobre a atual corrida eleitoral e tudo se limita muito ao julgamento moral sobre a conduta pessoal dos candidatos. Tudo soa muito como picuinha e pouco questionamento denso. O Brasil é ainda um país jovem e pouco se envolveu em questões internacionais, apesar de sempre ter sido afetado por tudo. A ideia é reconhecer que somos bastante importantes e não deixar que os políticos se aproveitem de nós. Sobretudo, temos que discutir muito mais política internacional, o que não vejo muito nos debates e horário político. O mundo encolheu”.
VISÃO O BRASIL – “A visão dos estrangeiros sobre o Brasil melhorou bastante, desde que me mudei pra cá. Houve um pouco de frenesi nos anos antes da Copa do Mundo, uma expectativa exagerada de que o Brasil iria deslanchar... Mas, como disse, era uma expectativa exagerada e não iria se confirmar. Depois, todos ficaram muito apreensivos sobre a Copa, duvidosos. Mas o sentimento em relação ao Brasil é muito positivo, na maioria. Ninguém torceu contra! Todo mundo estava querendo que tudo desse certo. O Brasil é visto como simpático, querido e amigável, ao ponto de não se impor... Daí a importância de uma política internacional menos passiva”.
FARIA TUDO DE NOVO? – “Minha família toda é de Pará de Minas e sempre vou aí para visitá-los, pois a cidade ainda é o ponto de encontro da família. Antes de me mudar para Londres, tinha passado um tempo em Portugal para fazer um intercâmbio acadêmico. Desde então, tinha a intenção de voltar para a Europa para ficar um tempo maior. Mas eu era bastante jovem e, além do mais, já sabia o que esperar... Era tudo novo e excitante! Portanto, as dificuldades foram quase irrelevantes. Entretanto, hoje, eu não faria tudo de novo... Quando, vim eu vivia um dia de cada vez, mas hoje as coisas são diferentes: penso a longo-prazo”.