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Nº 2043
28/10/2024


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GAZETA ANO 31. A história que quase ninguém conhece. - 06/11/2014

Com esta edição, a GAZETA dá o seu 1º passo, no Ano 31, uma vez que o jornal foi lançado em 10 de novembro de 1984. Primeiramente, quando era quinzenal, sua sede foi no 2º andar de um pequeno prédio na esquina da rua Antônio de Melo com Sacramento; um ano e meio depois, mudou-se para a praça Major Silvino Silva, onde ficou mais de 23 anos como semanal; e, atualmente, está no atual endereço (rua Alferes Esteves). Para relembrar toda essa trajetória, a reportagem GP conversou com uma das fundadores deste semanário, a jornalista e professora Lígia Muniz. Não deixe de ler. “Tudo começou porque eu e o Bié estudamos juntos no curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte. Depois de nos formarmos, em 1979, eu e meu marido, que era médico, nos mudamos para Pará de Minas, devido a uma oportunidade de emprego para ele, na prefeitura. Depois de 5 anos morando aqui, certo dia, o Bié e o patrão dele em uma agência de publicidade de B.H. vieram na minha casa, dizendo que estavam com a ideia de abrir um jornal na cidade e me propuseram uma parte pequena na sociedade. Na época, a área da comunicação ainda não estava completamente desenvolvida e a única rádio que existia era a Santa Cruz que deveria ter mais ou menos 5 anos de existência. Já havia existido outros jornais em circulação em Pará de Minas, mas em uma época muito mais velha e foram muito esporádicos. Pará de Minas nunca teve um jornal sério, não partidário, antes da GAZETA. Então, o Bié e o Moacyr vieram com a ideia de abrir uma empresa jornalística realmente profissional na cidade. Aceitei entrar e, pouco tempo depois, o Bié comprou a parte do ex-patrão, ficando apenas eu e ele à frente da GAZETA”, revela Lígia. ORGULHO DELA – “Pará de Minas era uma cidade em franco desenvolvimento, já possuía faculdade, uma rádio e novas empresas estavam se estabelecendo na cidade. Então, vimos que Pará de Minas tinha potencial e que também havia uma lacuna na área de comunicação, principalmente no que se referia à comunicação impressa. Por isso, a GAZETA já começou fazendo sucesso! Na 1ª edição já tínhamos 300 assinantes fixos, além dos exemplares que eram vendidos nas bancas. Isso também graças ao tino profissional do Bié que é um excelente profissional. Ele foi um ótimo estudante de comunicação e brilhava em sala de aula. Tenho muito orgulho de ter aberto a GAZETA juntamente com ele. Através dele, sempre soube que a GAZETA seria uma empresa de grande credibilidade e sustentabilidade. Isso foi comprovado, porque o Bié está até hoje firme à frente dela. Os inícios foram difíceis, mas para quem tem garra e sabe trabalhar tudo é possível. Embora eu tenha saído e buscado outros caminhos, na área acadêmica, quando comecei a trabalhar na Fapam, o Bié continuou sozinho e firme com a GAZETA até que ela se tornasse o que é hoje: uma referência jornalística para a cidade e toda a região”. DIFICULDADES – Como não poderia deixar de ser, a reportagem GP também falou com o fundador do jornal, jornalista e publicitário Bié Barbosa que só aceitou falar sobre este assunto caseiro – como ele mesmo nomeou - após a insistência, talvez imposição, de sua filha, a também jornalista Geovana Lage. Fique por dentro. “O princípio da GAZETA foi muito engraçado, porque quando eu e Lígia procurávamos alguém para oferecer a publicação de um anúncio para a empresa dele, eles diziam que iriam nos ajudar e davam 3 tapinhas nas nossas costas. Isso me matava por dentro, porque eles ainda não viam o jornal como um veículo onde você anuncia para ter retorno. Mas, com o tempo, eles começaram a ver que era o contrário. Ou seja, o veículo de comunicação é que ajudava a divulgar e fazer crescer as empresas deles”. E A LÍGIA? – “A Lígia foi importantíssima na criação da GAZETA com seu texto lúcido, inteligente e ponderado. Como, no início, eu morava em Belo Horizonte, onde trabalhava como publicitário, eu só podia vir a Pará de Minas nas 5ªs e 6ªs feiras, sábados e domingos, era a Lígia – com ajuda de Márcio Simeone – que, na verdade dirigia o jornal. Foram 8 meses assim até que eu retornei para Pará de Minas e passei a me dedicar integralmente à GAZETA. A minha esposa, Maíza, também gostou de retornar a Pará de Minas, porque aqui ela poderia trabalhar na empresa da família dela, a Lamil. Aliás, isso foi de suma importância, porque eu não ganhava com a GAZETA, ainda, nem 1/5 do que eu ganhava em Belo Horizonte”. COMO VOCÊ FEZ? – “Eu trabalhava em prol do sonho de dotar Pará de Minas com o seu próprio jornal, sem, no entanto, torná-lo, de imediato, economicamente viável. Eu pensava assim: não posso ter o anunciante 1º que o assinante. O anunciante virá como consequência, quando eu tiver muito gente lendo a GAZETA. E foi assim que aconteceu, exatamente o oposto de todo mundo que procura criar, imediatamente, algo economicamente viável e rápido. No meu caso – e acho que o sucesso da GAZETA está aí - o ideal veio à frente. Mas é claro que não era apenas um sonho. Atrás da fundação da GAZETA havia todo um projeto estratégias elaborado. Como eu já disse, eu trabalhava com publicidade, em B.H. Tinha elaborado até o que fazer para o jornal sobreviver em determinadas épocas do ano, quando o faturamento deveria cair. Por isso é tão comum jornal de interior abrir e fechar com tanta rapidez. Foi aí que surgiram os eventos e suplementos G.P. (Garota Piscina, Garra Profissional, Gala Pará-minense – que depois virou Dez Mais -, Gostosuras Práticas). Usei e ainda uso o G.P. para criar suas colunas (Grito Popular, Gente Pequena, Gota Poética, Gente Produzida, Giro Policial, Gol de Placa, etc.).” ORGULHO DELE – “Uma coisa que me orgulho é do nome GAZETA PARÁ-MINENSE, porque, na época, todo mundo que nascia em Pará de Minas dizia que era paraense. Mas eu pensava: paraense é quem nasce no Estado do Pará. Consultei, na capital, vários professores e pessoas super entendidas do assunto e todas elas concordaram que o termo correto para Pará de Minas era pará-minense. Em 1984, isso foi um susto para a população, mas hoje, 3 décadas depois, todo mundo que nasce aqui se diz pará-minense”. VALEU A PENA? – “Eu queria aprender e passar algum ensinamento para os meus conterrâneos... Queria que os jovens tivessem o hábito de ler como eu havia aprendido em B.H.... Naquela época, diversão em Pará de Minas eram só bebidas, noitadas... Olhando sobre este prisma, acho que realizei meu sonho. Mas, não posso negar, eu tinha apenas 30 anos, já tinha 2 dos meus 4 filhos, e tive muito medo. Foi tudo na cara e na coragem com metade da cidade me dizendo que não iria dar certo... Sem o meu ex-patrão de B.H. e a Lígia, me encorajando e dizendo que daria certo, não sei se teria tido peito para enfrentar tudo aquilo”.

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