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Gêmeos nascem em dias diferentes em caso raro em Guarujá, SP - 10/11/2014

Dois bebês gêmeos nasceram em dias e horários diferentes no Hospital Santo Amaro, em Guarujá, no litoral de São Paulo. Os pais, que tem uma diferença de idade de 45 anos, estranharam a chegada de Kaique antes de Kevyn, que nasceu quatro dias depois do irmão. Os dois estavam em placentas diferentes e cada uma estourou em um dia. Os bebês nasceram de seis meses e meio e permanecem internados na UTI, já que são muito prematuros. De acordo com especialistas ouvidos pelo G1, esse tipo de nascimento é considerado bastante raro. A jovem Carolina Aparecida Menezes, de 26 anos, não esperava ficar grávida após dois anos tratando um mioma (tumor benigno no útero). A notícia da gravidez chegou de surpresa. “Eu parei de tomar o remédio e engravidei. Foi muita felicidade. Tenho gêmeos na minha família e meu marido também. Quando eu descobri a gravidez eu não acreditava”, diz ela. A gestação foi tranquila, apesar da pressão alta de Carolina, que exigiu um acompanhamento especial.Na última quarta-feira (5), enquanto ela preparava as lembrancinhas para o chá de bebê dos filhos, marcado para o último domingo (9), Carolina sentiu que a bolsa havia estourado. Ela estava com quase sete meses de gestação. Carolina e o marido, o estivador aposentado Paulo Quirino de Melo, de 71 anos, correram para o hospital Santo Amaro.De acordo com o médico ginecologista Raul Silva, a causa para o rompimento prematuro da placenta de Carolina foi uma infecção urinária. “Ela foi internada com perda de líquido de um dos bebês. Eles são gêmeos mas estavam em duas placentas diferentes. Apenas uma bolsa estourou. O primeiro bebê evoluiu ao parto. Normalmente, acontece da outra bolsa romper e nascerem os dois bebês. Ela continuou não contraindo e, devido ao fato de ser prematuro, a gente pensou em deixar ele para amadurecer melhor”, diz. Kaique nasceu prematuro em um parto normal, às 15h50 da última quarta-feira, com 1,4 quilo e aos seis meses e meio de gestação. Já Kevyn permaneceu na barriga da mãe. O médico realizou um exame ultrassom para confirmar de que Kevyn estava bem de saúde. Já Kaique, por ter nascido antes da hora, precisou ficar internado na UTI e receber injeções de corticoide para amadurecer o pulmão, segundo o médico. O bebê ainda corre risco, por ser muito prematuro, mas segue bem e não há previsão de alta. Após o primeiro parto, Carolina permaneceu internada no hospital Santo Amaro em repouso absoluto, já que Kevyn poderia nascer a qualquer momento. A jovem recebeu a equipe do G1 no quarto e contou que o parto de Kaique foi tranquilo, sem muitas dores e com o auxílio do médico. Porém, ela não entendeu porque um dos meninos resolveu nascer e o outro não. “Eu achei estranho. Eu nunca tinha visto uma coisa dessas. Como eu vou explicar para eles que eram gêmeos? É uma coisa sem explicação, coisa de Deus mesmo”, falou. Apesar do susto inicial, ela acredita que essa foi a melhor decisão tomada pela equipe médica para preservar a vida do bebê que estava dentro e também a do que queria nascer”, disse a mãe.Segundo parto No último domingo (9), quatro dias após o primeiro parto, Kevyn nasceu de cesariana por volta da 12h30, com 1,5 quilo. Ele também foi levado imediatamente para a UTI, assim como Kaique. Segundo a médica que realizou a cirurgia, o parto também foi bem sucedido.Apesar da situação inusitada, o casal Carolina e Paulo comemorou muito a chegada dos dois novos herdeiros. “São os meus primeiros filhos. Ontem eu pude ver o Kaique pela primeira vez. Depois do parto foi uma emoção enorme”, disse Carolina. Enquanto recebia a avalanche de notícias, o pai das crianças não conseguia parar de chorar de tanta emoção. “Eu só tenho que agradecer a Deus. Eu não aguentei. Chorei muito e estou chorando até agora. Eu estou pedindo a Deus que eu aguente porque a minha idade já está um pouquinho avançada. Tenho certeza de que eu ainda vou jogar bola com eles”, afirmou Paulo. Caso raro De acordo com o ginecologista Raul Silva, existem poucos casos semelhantes ao de Carolina no Brasil. Uma situação como a deles, em que gêmeos nascem em dias e horários diferentes, segundo ele, é rara. “São casos raros. Lembro de uma vez, no Rio de Janeiro, em um hospital onde eu trabalhava. O risco foi grande”, afirmou. De acordo com o médico, o segundo bebê não costuma ficar muito tempo na barriga da mãe depois do nascimento da primeira criança. “Os casos que existem na literatura médica afirmam que o segundo bebê fica no máximo três semanas na barriga da mãe. Ele não aguenta muito. De qualquer forma, quanto mais dias dentro, melhor. Para a prematuridade, um dia faz diferença na evolução da criança”, finaliza.

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