Eunice de Oliveira Mendes nasceu em 31 de dezembro de 1923, filha de Vicentina de Paula e José Júlio Galvão. Era casada com José Mendes Faria, mais conhecido como Zé do Quim com quem teve 12 filhos: José Júlio, Joaquim (in memorian), Mércia, Milton (in memorian), Geraldo, Antônio Júlio, David, Rogério, Rafael I (in memorian), Eugênio, Rafael II e Márcia. Eunice faleceu no dia 1º de março de 1993. Era uma mulher de muita fibra e fé religiosa e teve a sua existência marcada pelo dinamismo, inteligência, bondade e, sobretudo, uma vontade inigualável de ajudar as pessoas. Seria capaz de dar a sua vida, se preciso fosse, para ajudar alguém necessitado. Possuía facilidade muito grande de comunicar-se, tanto no contato pessoal, quanto através de escrita, já que tinha dom especial de escrever, embora tivesse cursado apenas até o 4º ano primário. Era incansável na sua condição de mãe e esposa dedicada. As portas de sua casa eram abertas, indistintamente, para ricos, pobres, pretos, brancos, velhos e jovens que se assentavam à sua mesa para um almoço, um café ou um jantar. Era uma colaboradora incondicional da Cidade Ozanan e nunca deixou faltar o café dos velhinhos que ali residem. Batalhou muito junto às autoridades municipais e conseguiu construir a Capela de São Geraldo, no asilo, santo pelo qual ela mantinha uma fé inabalável, tirando daí sua força e sua coragem para transpor as barreiras que se opunham em seu caminho. Trabalhou como nunca, de porta em porta, à procura de votos para eleger seu 6º filho, Antônio Júlio, a prefeito municipal, em 1982. Em 1988, foi eleita Mãe Pará-minense pelo Rotary Club. Mas seu destino também foi marcada por uma doença ingrata que mutilou-lhe uma das pernas. Entretanto, nem por isso perdeu sua fé e a sua tenacidade pela vida. Mesmo em uma cadeira de rodas, continuou sua luta em ajudar mais e mais necessitados. Vez por outra, mostrando semblante sereno e sorriso nos lábios deixava transparecer um domínio absoluto da situação, ainda que o seu corpo cansado e mutilado quisesse outra opção. Sendo uma mulher pré-destinada e política, não se furtou novamente quando Antônio Júlio se lançou candidato a deputado estadual. Com a disposição de uma jovem, transformou-se no cabo eleitoral mais importante de seu filho. Mesmo na cadeira de rodas voltou novamente aos amigos para pedir apoio ao filho. Graças ao seu esforço e os laços de amizade que ela sempre cultivou, conseguiu, ainda em vida, ver o seu filho ocupando honrosamente uma cadeira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Ainda hoje, sua falta é sentida por todos aqueles que com ela coviveram ou tiveram o privilégio de partilhar de sua luta..
* Através da lei 3182, o Legislativo Municipal decidiu homenagear Eunice de Oliveira Mendes, emprestando seu nome à rua L, situada entre as quadras 14 e 15, no Conjunto Habitacional José Pereira Campos