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Sem medo de cair no mundo - 05/12/2014

Vontade de sair da rotina, conhecer novos lugares, sem medo de ousar e de errar e, principalmente, sem apego, inclusive às coisas materiais... Muitos viajantes saem por aí com algumas dessas ideias na cabeça e com uma mochila nas costas. Fora isso, é uma maneira barata e muito utilizada pelos jovens para viajar, pois é possível contar com meios de transportes acessíveis ou até gratuitos e hospedagens econômicas. A reportagem G.P. conversou com o pará-minense Amauri Marques Assunção, 27, estudante de engenharia civil na Faculdade de Engenharia de Sorocaba/S.P., que contou sobre a sua experiência. Não deixe de ler. “Sou apaixonado por me perder pelo mundo! Nasci em Pará de Minas, mas moro há cerca de 2 anos em Sorocaba/SP, apesar da minha família continuar aí. Desde criança, sinto o desejo de conhecer o mundo arde em meu coração. Sempre sonhei em viajar, conhecer novos costumes, culturas, pessoas, saborear novas comidas, viver coisas diferentes daquilo que estou acostumado... E sempre tive a certeza de que um dia eu poderia fazer isso. Hoje, viajar é muito mais do que prazer, é uma necessidade”, conta o mochileiro. COMO TUDO COMEÇOU? – “Há alguns anos, comecei a ler histórias sobre pessoas que fizeram mochilões pelo mundo e, na maioria das vezes, eles possuem uma paixão avassaladora pelo novo, colocando assim a mochila nas costas e os pés na estrada em busca de seu sonho. Imediatamente, senti que era hora de fazer o mesmo. Fui então descobrir o que um mochilão, o que realmente significava se hospedar em um albergue e descobri que mochilar é viajar e viver de forma diferente do que você faria na sua rotina. É se perder, ser humilde para aprender com todas as situações e pessoas, conhecer o dia a dia local, saborear as comidas deliciosas e ousadas, pegar ônibus, trem, metrô, andar a pé, pegar carona, se guiar por mapas ou sem eles (riso), dormir em lugares exóticos, conversar com as pessoas na rua, abrir mão dos seus medos, receios, preconceitos e mergulhar de cabeça em um mundo totalmente novo”. E A REAÇÃO DA FAMÍLIA? – “Quando contei para os meus amigos e familiares, eles literalmente surtaram. Lembro que me alertarem sobre assaltos, sequestros, assassinatos... (riso). Claro que fiquei com receio, ainda mais depois de ouvir tanta gente insegura em relação ao meu plano. Mas não desisti. Em dezembro, me encontrei com alguns amigos de São Paulo/S.P. e embarcarmos para Montevidéo/Uruguai. Viajamos por diversas cidades, fomos de barco para Buenos Aires/Argentina, passamos o Natal por lá, como uma nova família que se formava. Hoje, 4 anos depois, ainda mantenho contato com a maioria das pessoas que conheci nessa aventura. Acredito que o único risco que você realmente corre por viajar assim é ficar viciado (em viajar). Os demais são os mesmos que você corre por aí, vivendo em sua rotina em Pará de Minas. Como em qualquer tipo de projeto, planejamento é essencial e estar preparado faz toda a diferença. Se você gosta de desafios, tem a mente aberta, admira e sabe respeitar outras culturas, tem sede de conhecimento, não se conforma em ser apenas mais um, deseja uma vida extraordinária e não tem medo de mergulhar fundo para alcançar seus sonhos, seu lugar é o mundo. Vá e tome posse do que é seu”. MOCHILÃO NO BRASIL? – “Em 2011, embarquei com Leonardo Teixeira, amigo de Pará de Minas, para o interior do Rio Grande Sul, na região das Serras Gaúchas. Apaixonei-me pelo lugar, pelas pessoas e, principalmente, pela educação e hospitalidade dos gaúchos. Sempre conheci diversas pessoas por todos os lugares que passei. Vivi coisas das quais nunca me esquecerei”. IRMÃ NAMORADA E PARIS – “Descobri, em 2013, um concurso fotográfico sobre o Dia dos Namorados, realizado pela Ibéria - companhia aérea espanhola, onde os interessados poderiam fazer uma montagem fotográfica com sua amada. Apesar de não namorar ninguém na época, eu não iria perder a oportunidade, pois o prêmio eram 130 mil milhas aéreas da companhia, suficientes para duas viagens de ida e volta a Paris. Então, chamei minha irmã e participamos do concurso (como namorados). O resultado ficou muito bacana, ficamos entre os 10 finalistas nas votações dos internautas e, depois, fomos selecionados pela equipe da Ibéria como os grandes vencedores. Fomos para Paris e foi a melhor viagem da minha vida”. CIDADÃO DO MUNDO – “Pará de Minas é e sempre será minha cidade natal. Foi aí que passei parte dos melhores anos da minha vida. A saudade é grande, chega a doer no peito, às vezes. Mas sei que hoje toda essa saudade é de um tempo que passou e que não voltará mais. Eu mudei, as pessoas mudaram, o mundo mudou. E sempre continuaremos mudando, é a lei da vida. E que bom que seja assim! Já imaginou se fôssemos sempre os mesmos? Que porre seria! Pará de Minas sempre estará no meu coração, mas não voltaria a morar aí... Desde criança, sempre quis muito mais do que a vida me oferecia e sempre soube que meu lugar não era aí. Eu já sabia que não teria as oportunidades que eu sonhava se eu permanecesse acomodado na minha zona de conforto. Precisava ir atrás daquilo que faria meu coração bater mais forte. E realmente fui”.

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