Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2046
14/11/2024


Eventos GP
Eventos GP

Debate sobre a falta d’água: A culpa é de quem? - 05/12/2014

O 202º Grande Papo, o último da temporada 2014, foi realizado no dia 27 de novembro, na Escola Estadual Manoel Batista que escolheu o atual tema falta d’água. A próxima temporada deste evento cultural G.P. terá início em março do próximo ano. Para esse debate, a GAZETA convidou o gerente da Copasa, José Gomes, e a prefeitura que preferiu não participar por estar diretamente envolvida no assunto. Em seu lugar, foi convidado o enganjado presidente do Codema local - Conselho do Meio Ambiente, José Hermano. A abertura ficou por conta do cantor Davidson Ferreira. No encerramento, foi realizada a tradicional sabatina Grande Prêmio com entrega de brindes, gentilmente enviados pela Itambé. Após o debate, a reportagem G.P. entrevistou os 2 debatedores, quando falou, primeiramente, com José Hermano. Confira. “Nós temos discutido muito a falta d’água no Codema e tomando as medidas cabíveis, dentro dos nossos pontos de atuação. Participamos ativamente da construção do Plano Municipal de Saneamento, elaboramos algumas partes dele, quando escrevi a parte sobre proteção ambiental. Participamos da construção do edital de licitação e estamos fazendo campanhas de educação ambiental. Essa é a área de atuação do Codema, visto que não temos recursos financeiros para trabalhar mais efetivamente”, explica José Hermano. DE QUEM É A CULPA? – “Pela Constituição, a água é um bem de todos e quem é responsável pelo gerenciamento da água é o gestor da Unidade Federativa que, no nosso caso, é o município de Pará de Minas. Logo, quem é o responsável pelo gerenciamento da água e todos os aspectos relativos a isso, é o prefeito (Antônio Júlio). Ele pode conceder alguns serviços, através da concessão, e é o que acontece com a Copasa em Pará de Minas. Ela foi contratada para fazer os serviços de adução, captação, tratamento, distribuição de água e tratamento de esgoto. Porém, não foi concedido a ela o serviço de proteção dos mananciais. Como esse serviço não faz parte nem do contrato antigo, nem do novo, a proteção dos mananciais continua sendo responsabilidade do município. Uma questão que acho muito certa é com relação à cobrança de uma outorga pela concessão do serviço de abastecimento na cidade, pois esse valor deverá ser obrigatoriamente investido no meio ambiente, o que possibilitará o município ter dinheiro em caixa para ser investido na proteção dos mananciais e em outras melhorias; sempre para o meio ambiente”. QUAL É O PAPEL DA POPULAÇÃO? – “Além de economizar água, é importante que a população se informe do que está acontecendo, indo nas audiências públicas sobre o tema. Inclusive, teve audiência que não tinha praticamente ninguém da população de Pará de Minas e hoje vemos muitas pessoas, nas ruas, falando coisas absurdas sobre essa falta d’água”. Veja agora o que disse o outro entrevistado, José Gomes. “Segundo os especialistas na área, 2015 também será um ano de poucas chuvas, em torno de 50% do volume normal. Diante disso, esperamos um 2015 talvez até mais difícil do que está sendo 2014”, alerta José Gomes. O QUE PRETENDE A COPASA? – “Os planos da Copasa são: manutenção dos mananciais que abastecem Pará de Minas; manutenção dos poços profundos que foram perfurados; conscientização da população para o uso sem desperdício; e descontos na conta de quem economizar. Neste último quesito, a população de Pará de Minas já está sendo parceira da Copasa. Tivemos neste período mais da metade das casas de Pará de Minas tendo descontos. Foram cerca de 16.000 ligações que tiveram descontos, nesses últimos meses. Então, são várias ações que a Copasa fez e voltará a fazer em 2015”. POR QUE SÓ 25 DOS 72 POÇOS? – “Essa defasagem no número de poços que estão sendo utilizados se dá devido ao sistema hídrico de Pará de Minas que é pobre, tanto superficial quanto subterrâneo. Ou seja, Pará de Minas está localizada em uma área onde o recurso hídrico é baixo. Por isso, a divergência. Furamos 72 poços em várias regiões da cidade, mas podemos aproveitar apenas 25 deles. O restante ou deu baixa vazão, vazão insuficiente sem falar nos que estavam completamente secos”. POR QUE O DISTANTE PARAOPEBA? – “Muitas pessoas questionam o porquê de buscar água no rio Paraopeba, se temos aqui também os rios São João e o Pará, mais próximos. Com relação ao rio São João, além dele receber esgoto de Itaúna/M.G., Itatiaiuçu/M.G. e Igaratinga/M.G., entre Pará de Minas e Pitangui/M.G. ele está localizado em uma área, onde existem em torno de 50 pocilgas. Mesmo que os rejeitos não sejam jogados no rio, a própria enxurrada pode levar o resíduo das pocilgas para o curso d’água. Então, o rio São João, hoje, está com a potabilidade da água muito ruim, o que o deixa não viável para o abastecimento de Pará de Minas. Exemplo disso é o próprio município de Pitangui/M.G. que captava água no rio São João e passou a captar no rio Pará. Mas o rio Pará está localizado a uma mesma distância ou até um pouco mais longe de Pará de Minas do que o Paraopeba e o problema maior que temos com ele é com relação à servidão da passagem da adutora. Temos uma rodovia federal duplicada, onde seria muito difícil conseguir junto ao DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a liberação para a passagem dessa rede. Por outro lado, o rio Paraobeba está situado na divisa do município de Pará de Minas, onde temos uma estrada rural que possibilita uma fácil desapropriação para a servidão da passagem da adutora”.



Mais da Gazeta

Colunistas