Cada vez mais, a atual onda de assaltos invade e assusta Pará de Minas. Os assaltantes já não temem mais câmeras, cercas e alarmes de segurança, roubando até durante o dia. Desta vez, a reportagem G.P. foi informada de que duas mulheres do bairro Dona Tunica foram assaltadas recentemente por uma quadrilha que supostamente já havia feito outros assaltos. A reportagem G.P. conversou com M.C.V.D. e M.A.V., que, com receio de sofrerem represálias, pediram para não ser identificadas. Acompanhe o relato de terror vividos por elas.
“No início da semana, por volta das 8H15, fui limpar a calçada e, quando estava entrando, veio um Corolla preto em alta velocidade, parou na porta da nossa casa e um rapaz desceu. Cheguei a fechar a porta, mas da calçada ele já apontou uma arma, dizendo: “Perdeu, perdeu! Abre esse portão”! Abri o portão e ele entrou sozinho, colocando a arma nas minhas costas. Nisso desceram outros 3 homens do carro. Dentro da minha casa, o assaltante começou a gritar, pedindo dinheiro, extremamente nervoso, o tempo todo fazendo ameaças e dizendo que ia me matar. Quanto mais eu falava que não havia dinheiro, mais nervoso ele ficava. Então começou a me machucar, pressionando a arma contra o meu braço e minhas costas. No quarto, ele foi em busca de jóias, como havia pouca coisa, ele me golpeou com uma coronhada na cabeça. O tempo todo, eu o seguia pela casa. Nisso, a campainha ficou tocando. Eram os outros ladrões que queriam entrar e ele começou a gritar comigo: “Como que abre essa porra”? Eu tirei o fone do gancho e a campainha parou de tocar. Nessa hora, minha irmã que mora ao lado subiu as escadas e falou que estavam me chamando na porta. Eu cheguei na varanda com o assaltante atrás de mim e fiz um gesto (escondido) para que ela não abrisse o portão, mas já era tarde... Os outros ladrões entraram e a pegaram também. Um deles pulou de lá para a minha casa, se juntando ao outro e roubando vários objetos, revela a vítima M.C.V.D., cuja casa já tinha sido assaltada, há 5 meses.
7 MINUTOS DE TERROR – “Pela câmera de segurança, vimos que o assalto durou 7 minutos, mas pareceu uma eternidade. Quando eles foram embora, eu liguei para a polícia informando o modelo do veículo e as características dos assaltantes e logo depois liguei para o meu marido. Eu não vi, mas disseram que havia uma moto dando cobertura. Quando a polícia chegou na minha casa, um policial comentou que talvez saiba quem eram. Meu marido ainda relatou que o carro passou por ele na subida do trevo e que dá impressão de que estavam fugindo para outra cidade. Eles não são daqui. Infelizmente nós não temos mais a liberdade de varrer a porta da nossa casa, porque, a qualquer momento, para um carro e saem assaltantes armados. Deixo um alerta para todos que lêem essa reportagem da GAZETA, pois isso pode acontecer com qualquer pessoa. No mais, gostaria que a polícia nos posicionasse em relação às investigações”.
A IRMÃ - A reportagem G.P. também ouviu M.A.V., irmã de M.C.V.D. Saiba mais.
“Eu estava em casa e ouvi a campainha da casa da minha irmã tocar várias vezes e percebi que estava acontecendo algo. Abri o portão e vi um Corolla preto estacionado na porta da casa dela. Vi também um rapaz de cerca de 14 anos e perguntei a ele porquê a minha irmã não havia aberto o portão. Aí a minha irmã apareceu na varanda com um homem apontando uma arma na cintura dela. Nisso, entrou um outro rapaz encapuzado que me empurrou e veio me enforcando. Dois homens entraram dentro de casa e um outro pulou para a varanda da casa dela. Um dos assaltantes me deu um tapa na cara e só me segurei porque eles estavam armados e bem nervosos. O menor saiu revistando toda a minha casa, procurando objetos de valor. O tempo todo me faziam ameaças. Em certo momento, vi uma faca e pensei em enfrentá-los, mas desisti. Eles me perguntavam se eu não tinha medo de morrer, mas eu, o tempo todo, tentava tranquilizá-los. Eu estava tranquila, cheguei até a dialogar com eles. Fiquei observando um dos rapazes e ele gritou: “Por que você está me olhando?” Eu disse: “Um rapaz tão bonito. Sai dessa vida, eu sei porquê você quer dinheiro. É para comprar drogas”. Aí, ele deu um tapa no meu rosto. Não deu para reconhecê-los, pois todos estavam encapuzados, menos o de menor e vestiam roupas boas e tênis de marca. Sentei no sofá e comecei a orar. Aí, veio uma inspiração me dizendo para falar que a polícia estava chegando. Quando ele passou por mim, perguntei se havia escutado a vizinha chamar a polícia e que haveria um grande tiroteio. Ele começou a gritar: “Sujou! Sujou!”. E saíram correndo, mas um deles ficou pra trás. Tentei conter esse rapaz mas apareceu um dos homens com a arma em punho, pedindo para largá-lo”, relata a vítima.
E A POLÍCIA? –“Fiquei muito preocupada com minha irmã, mas, assim que vi que ela estava bem, fui para a rua e acabei desmaiando. Minha vizinha que viu tudo, ligou para a polícia, informando o número da placa e dando mais detalhes, mas a polícia demorou cerca de 30 minutos para chegar em casa. Eu não sei o que aconteceu. Eles falaram que esse Corolla havia passado correndo por eles, no trevo. Se eles viram o veículo, por que não foram atrás? Mas não posso afirmar nada, pois não sei o que realmente aconteceu. Talvez, eles estejam fazendo uma investigação... Não sei”.
MAIS ALGUMA COISA? – “Vemos isso acontecer diariamente na tv., mas quando acontece com a gente parece um pesadelo. Fiquei muito assustada e abalada, estou tendo dificuldades para dormir. As pessoas têm que tomar cuidado, pois eles estão aparecendo a qualquer hora do dia. Peço que a P.M. tenha mais atenção com a população, pois dependemos deles para a nossa segurança.
O OUTRO LADO - A reportagem G.P. procurou a P.M. para que pudesse dar uma resposta sobre essa crescente onda de assaltos. Segundo a tenente Gabrielli Ramalho, a Polícia Militar não opera com esse tipo de investigação, ficando a cargo da Polícia Civil fazer determinadas investigações. Em nota, a P.M. informou que o Corolla usado nesses assaltos, foi encontrado desmanchado em uma zona rural. Porém, não revelou o local onde ele foi encontrado.