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Outro patafufo no País dos Beatles - 05/02/2015

Em continuidade às reportagens que retratam o cotidiano de pará-minenses que hoje estão morando no exterior, a reportagem G.P. conversou com Caíque Naves (Isabel e Tadeu), graduando em Engenharia de Sistemas, na Escola de Engenharia da U.F.M.G. Caíque está residindo em Portsmouth, onde estuda Engenharia da Computação (Computer Engineering) na Universidade de Portsmouth (University of Portsmouth). Caíque concedeu entrevista exclusiva para esta GAZETA, quando também contou um pouco sobre essa sua fantástica experiência. Veja. “Logo quando formei no ensino médio, em 2011, fiquei sabendo dessa oportunidade de estudar no exterior pelo programa do Governo Federal, o Ciência sem Fronteiras. Ao ingressar na universidade, em 2012, procurei preencher os pré-requisitos do programa, já com intuito de estudar no exterior. No final de 2013, abriram as chamadas para o Reino Unido (onde fica a Inglaterra) com as aulas começando em setembro de 2014. Este intercâmbio significa a oportunidade de adquirir conhecimento técnico que o Brasil não possui, assim como vivenciar outros métodos de ensino. Tenho certeza de que essa experiência de vida me mudará pessoal e profissionalmente. Estou voltando para o Brasil em agosto deste ano que é quando completo um ano no Reino Unido. Meu plano é voltar aos estudos na U.F.M.G. e me graduar”, resume Caíque. A ADAPTAÇÃO – “A adaptação foi tranquila, mas não posso falar o mesmo de outros intercambistas. Convivo com intercambistas do mundo inteiro, o que aumenta a diversidade da cidade onde estou. Todos eles estão vivendo uma experiência parecida com a minha e nós sempre nos ajudamos... Mas a cultura, a comida e, principalmente, a água são diferentes. Sobre o clima, como Portsmouth fica no sul da Inglaterra, as temperaturas não caem muito”. O DIA A DIA – “A minha rotina começa às 8H, que é quando me preparo para ir às 1ªs aulas. No meio do dia, faço uma pausa para o almoço e, se houver aulas à tarde, retorno à universidade. Costumo estudar à tarde, fazer os trabalhos em grupo, que são muitos, e também tento praticar algum esporte como tênis. Já à noite, me reúno com eles na cozinha para fazer o jantar, quando me socializo com outros intercambistas. A acomodação onde estou é um prédio de 5 andares com quartos individuais, sendo que a cada 4 ou 6 quartos, há uma cozinha comunitária. Apesar de morar sozinho, divido a cozinha com brasileiros do Distrito Federal, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco, Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul e também com outros intercambistas da Europa, África e Ásia. Meus companheiros fazem cursos de outras áreas como medicina, biomedicina, arquitetura, educação física, assim como de outras engenharias (civil, de automação e de produção). A grande maioria, 95%, estuda em Universidades Federais no Brasil e estão buscando, como eu, uma experiência complementar a seus estudos aí. Quando não estou estudando, procuro conversar com os moradores do prédio. Nos fins de semana, exploro a cidade ou visito amigos que moram próximos. É impossível encontrar no Brasil a diversidade de estrangeiros que moram em uma cidade do interior como Portsmouth. A diversidade cultural é muito grande e a língua inglesa é a grande chave disso tudo. Meus amigos britânicos falam que não encontraram obstáculo linguístico ao viajar para países europeus, como Portugal, pois a maioria das pessoas lá também fala inglês. Nas férias da universidade, aproveitei para fazer um mochilão por alguns países europeus como Hungria, Bélgica, Alemanha, Holanda, Irlanda, República Tcheca e Áustria”. A COMPARAÇÃO – “A estrutura da universidade onde estudo assemelha-se aos prédios novos da U.F.M.G., mas a quantidade de prédios é 1/3 menor, assim como o número de estudantes, mas ambos possuem a mesma carga horária semestral. Aqui, todas as disciplinas têm aulas teóricas e práticas, mas a graduação tem duração menor, de 3 anos, e é mais focada na área de atuação mais profissionalizante, sendo menos teórica. A Associação dos Estudantes promove feiras, atividades físicas de todos os tipos de esporte, lazer e integração por meio de eventos e clubes. Antes mesmo do começo das aulas, há uma semana introdutória com diversos eventos organizados pela faculdade. A universidade também disponibiliza consultório com médico e enfermeiros sem custo e diversos tipos de moradias universitárias a um preço razoável. Os alunos também tem acesso às aulas gratuitas de idiomas. É possível perceber que a universidade aqui é ligada a todos aspectos da vida do estudante, não sendo somente um lugar em que você passa 4 horas do dia”. ALGUMA FALTA? – “O que eu mais sinto falta são dos meus familiares e da comida brasileira. Além disso, sinto falta de gosto brasileiro de alguns produtos como água, suco de laranja, comida sem pimenta e carne bovina. Todos esses produtos aqui têm gostos bem diferente dos nossos”.

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