O Ministério Público, através da 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Pará de Minas, negou e arquivou o pedido de cancelamento do carnaval de Pará de Minas feito pelos vereadores Flávio Medina, Rodrigo Varela, Dé Pedreiro, Geraldo Luís e Antônio Villaça. Todos eles se posicionaram contra a realização da festa devido à falta d’água e por ser um investimento desnecessário de verba. A reportagem G.P., em entrevista coletiva, falou com eles. Leia mais.
“O promotor André Luis Machado Arantes indeferiu o nosso pedido, alegando que é de suma importância e responsabilidade do gestor público gastar recurso financeiro com o carnaval. Nossa atribuição é acompanhar e fiscalizar o gestor público e isso está sendo cumprido. Então, queremos tranquilizar a população, porque continuaremos representando os pará-minenses”, diz o vereador Flávio Medina.
RISCO GRANDE – O vereador Antônio Villaça afirmou que se o prefeito tiver a capacidade de arcar com esse evento público, toda a responsabilidade está agora nas mãos dele, uma vez que os vereadores o alertaram sobre os riscos.
“É imoral, no mínimo, diante dessa situação de calamidade pública que a cidade se encontra. Irão gastar um valor alto para realizar o carnaval e, enquanto isso, sabemos que algumas residências ficaram até 30 dias sem água e a gestão não investiu nada. Outros municípios cancelaram o carnaval pela falta d’água e também por preferirem investir em obras essenciais. Entendemos que será um risco muito grande e procuramos alertar o gestor público, mas respeitamos seu posicionamento. Porém, se vierem turistas para a nossa região, consequentemente haverá danos irreparáveis”, alerta Villaça.
COÊRENCIA – O vereador Rodrigo Varela afirmou que não é contra o carnaval, mas contra a realização desse evento nesse período crítico que a cidade se encontra.
“Não recebi essa decisão com surpresa, já aguardava por isso, mas queríamos um apoio da justiça para tentar minimizar o problema. Esperamos que o carnaval seja realizado com muita segurança e que tenha água para toda a população. O problema só tende a se agravar, temos de ter consciência. Quando entramos com esse pedido, não é porque não gostamos de carnaval; é uma questão de coerência”, explica Rodrigo.
TURISTAS NA CIDADE – O vereador José Salvador Moreira, mais conhecido como Dé Pedreiro, também falou à reportagem G.P.. Veja.
“Não somos contra o carnaval, só queremos uma festa com dignidade e respeito. Algumas cidades vizinhas não terão o carnaval e virão para a nossa cidade. E se não tivermos água? Estamos ao lado da população e queremos águas nas torneiras. Festas podem ficar para outro dia... O promotor deve saber muito bem o que está fazendo, pois preferiu realizar essa festa”, condena Dé Pedreiro.
DESPREOCUPADO – Como não poderia deixar de ser, esta GAZETA também ouviu o prefeito Antônio Júlio. Leia.
“O carnaval é uma festa tradicional e manteremos o evento. A atitude dos vereadores foi totalmente equivocada, pois, quando tomei a decisão, logicamente que foi feita uma análise sobre todos os problemas que estamos passando. Agora, faço uma pergunta: Se não tivesse carnaval, teria água? O consumo de água no carnaval é o mínimo possível e isso não será problema no abastecimento da cidade. Os vereadores queriam fazer politicagem e o promotor não tem de intervir, pois é uma decisão do prefeito. Estamos preocupados com a segurança, mas temos o apoio da P.M., além de mais de 60 seguranças contratados. Em 2014, não tivemos problema algum e esse ano esperamos não ter problemas. Que o carnaval seja de paz e alegria”, espera A.J..
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