Há uma grande diferença entre fazer sucesso e manter nele. A grande maioria dos artistas sertanejos, por exemplo, partem para o apelo comercial, mas o músico local Wilson Scarpelli, 25, acredita no seu sucesso, através do mesmo caminho de seu pai, o cantor Wilsinho da Floresta, que apresenta o Sertanejo Raiz há mais de 35 anos. A reportagem G.P. conversou com Scarpelli que falou desse seu lado rústico de lidar com a música sertaneja. Confira.
“Minha carreira é fundamentada na história do meu pai. Dou sequência ao trabalho que ele fazia. Comecei a trabalhar com ele aos 13 anos, tocando bateria até os 18. Depois, toquei com meu irmão, Manuel. Portanto, temos uma bagagem musical familiar que é o sertanejo, mas um sertanejo diferente, raiz e modão. Não deixa de ser animado, só que evitamos trabalhar com as músicas baianas que são de um estilo voltado para o axé. São culturas de outras localidades e as pessoas deturpam a visão comercial/musical. Não sou contra acoplar estilos musicais, mas fazer isso apenas para ganhar dinheiro não acho interessante. No nosso repertório tem Chitãozinho e Xororó, Milionário e Zé Rico, João Mineiro e Marciano, entre outros. O público que frequenta meu show enxerga quem é o Wilsinho e entendem que nos meus shows não existe um arrocha. Inclusive, acho que quem leva essa carência musical para o lado do arrocha, está em desespero musical”, condena Scarpelli.
PERCUSSORES E DESVIADOS – “Um dos grandes percussores desse lado que eu carrego, se chamam João Carreiro e Capataz que trouxeram o lado verdadeiro da moeda. Com a abertura deles, vários outros vieram, mas alguns desses artistas, no meio do caminho, se venderam. Exemplo disso é a dupla Munhoz e Mariano que era uma dupla de sertanejo bruto, depois viraram com o arrocha. Hoje, no Brasil, não acontece mais o sucesso nacional. Há 40 anos, Chitãozinho e Xoróró estouraram com suas músicas, de uma vez só, de norte a sul. Isso era sucesso nacional. Hoje, o sucesso é regional. Se o artista tiver a felicidade de ganhar o mercado em nível nacional, ele estará fazendo muito mais do que vender discos. Se você chega na Bahia e pergunta quem é Cesar Mennoti e Fabiano, muitos irão desconhecer. Ou seja, a cultura do sul é muito honesta com o seu povo, bem como a cultura do nordeste. Já no sudeste, temos uma bomba cultural, onde tudo se adentra. Sucesso tem um outro valor. Sucesso não se discute, se respeita. O artista pode ganhar o sucesso, mas o difícil é permanecer nele”.
CD EM 2015? – “Hoje é complicado lançar um cd, porque o público não está mais voltado para as mídias. A pessoa não liga para o compact disc. Ela prefere ter a música em um pen drive ou ouvir online. A divulgação inicial das minhas músicas é pela internet e neste ano espero conseguir soltar um cd. Quem quiser acompanhar o meu trabalho, pode me adicionar no facebook, onde poderá acompanhar a agenda, releases, vídeos, além de fazer contato comigo. Eu respondo, pode chamar sim”.