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HÁ RACISMO VELADO NA CIDADE? - 03/09/2015

Na última 5ª feira, 27, esta GAZETA realizou o 206º Grande Papo, desta vez na Unincor, contando com a participação interessada de seus alunos e professores. Os debatedores convidados pela Comissão Organizadora do Evento foram Valmir José, presidente do Instituto Mbari, a professora e advogada, Onofra Pereira e o professor de dança, Sormano Oliveira, que ficou por conta da abertura do evento. No encerramento, aconteceu o Ganha Prêmio com brindes enviados pela Plena Alimentos 25 anos. Após o evento, a reportagem G.P. conversou com os debatedores. Não deixe de ler.

SUPERAÇÃO – “Quando fui fazer minha 1ª comunhão, aos 6 anos, o meu sonho era vestir de anjo e quando fui me vestir, percebi que estava faltando um par de asinhas (para ela). Com isso, fui falar com a pessoa responsável. Ela simplesmente respondeu para mim que não estava faltando e que eu não iria usar asinhas de anjo, porque não existe anjo preto. Criança esquece muito rápido as coisas, mas até há pouco tempo, quando eu falava desse episódio, eu chorava. Hoje, eu não choro mais, porque sempre uso esse exemplo em palestras. Descobri que a melhor forma de ficar livre de um trauma é falar nele. É preciso que as pessoas aprendam mais sobre a origem da humanidade, pois todos vieram do negro”, ensina Onofra.

IMPORTÂNCIA - “Foi uma honra participar do evento, onde tivemos mais uma oportunidade de transmitir nossa mensagem, de captar o pensamento da plateia, através das perguntas que nos foram feitas. Observando as fisionomias, podemos fazer uma interação não verbal e que nos dá uma ideia desse grupo que é parte da população. O Grande Papo faz parte do nosso cenário cultural e social. Ele desperta grande interesse e mantém a atuação da GAZETA em Pará de Minas, juntamente com outros eventos como o Garra Profissional, por exemplo”, orgulha-se Valmir.

O MBARI - “O Mbari é uma instituição que faz parte do movimento negro e está inserida juntamente com as outras instituições, na efetivação de uma campanha política institucional politicamente apartidária para que possa avançar as políticas de inserção e também para que possa acontecer a valorização da cultura negra no cenário brasileiro. O Mbari foi fundado no dia 13 de maio de 1999 e nessa época ele foi fundado como sendo Mbari – Movimento da Consciência Negra de Pará de Minas. (O nome foi sugerido pelo procurador da câmara, advogado Antônio Carlos Lucas, baseado nas aldeias existente no Kênia). Posteriormente, nós fomos, diante do crescimento das nossas atividades, recebendo as pessoas que precisavam de apoio e orientação social. Então, o que era só um movimento negro foi acrescentado o serviço social. Depois, tivemos também irmãos artistas que foram chegando, entusiasmados com a arte derivada da cultura africana. Também foram chegando pessoas da dança e de outros setores. Fomos acrescentando em nossa instituição mais um setor de artes étnicas. Em seguida, tivemos incluído também o setor de estudos e pesquisas, diante da necessidade de nos comunicarmos e mostrarmos para nossos próprios integrantes a riqueza da cultura africana. No ano de 2001 nós transformamos o Mbari em Instituto Étnico Mbari, diante da nossa diversificação de atividades”.

O DEBATE - “É a 2ª vez que participo de um debate como esse e foi importante poder expor esse tema, comum na atualidade. Gostei bastante de poder participar e falar. Uma palavra que falta na sociedade hoje é conscientização. Falta ainda respeito para com a pessoa negra”, denuncia Sormano.

Clique aqui  para ver  os vídeos das apresentações de dança nesse evento

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