Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 41
Nº 2047
21/11/2024


GENTE PENSANTE 


Bié Barbosa

Bié Barbosa



GENTE PENSANTE  BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”!


VEJA NA EDIÇÃO 1874: NAS BANCAS DE 09/07 A 15/07. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1873 abaixo: 

SÓ ALCANÇA A SERENIDADE DO AMOR AQUELES QUE SOBREVIVEM ÀS SUAS TORMENTAS

Nesse tempo de vida desacelerada, quando as reflexões povoam as mentes, dia e noite sem parar, o homem das letras ficou lembrando de uma cena, que lhe marcou muito, quando ele estava em um clube campestre, pouco tempo antes de começar a atual pandemia. Como um filme passando em sua mente, ele viu um homem de 80 anos ou mais, empurrando, suavemente,  a sua esposa, pouca coisa mais nova, em um balanço, no playground (área de brinquedos infantis). Momentos depois, na hora do almoço, na lanchonete, o homem das letras, por coincidência, acabou sentando-se na mesma mesa desse casal. Pediu licença e, depois, comentou:

- Agora há pouco, eu estava observando vocês dois, no playground, e fiquei pensando que sensação a senhora estava sentindo naquele balanço.

Aquela senhora com lindos olhos azuis - olhos nunca envelhecem, porque estão submersos em água - disse-lhe calmamente:

- Eu diria que era uma sensação da liberdade de ter de volta a minha infância. Pra lá e pra cá... Todo mundo, pobres e ricos, deveriam ter um balanço como aquele, em casa, não apenas para as crianças, mas para os adultos também. Com certeza, todos nós seríamos bem mais felizes!

O homem das letras ficou admirado com o que ouviu e silenciou-se, dando continuidade ao seu almoço. Porém, o marido daquela mulher tomou a palavra:

- Eu e ela estamos juntos há quase 60 anos e já passamos por todos os conflitos que podem existir entre duas pessoas diferentes, não só como nós, mas como acontece com todos os casais, que um fica querendo mudar o jeito de ser do outro. Aí, a gente chega a esta idade em que nos encontramos, quando, finalmente, aprendemos a aceitar o outro, exatamente como ele é.

A esposa riu e complementou:

- Verdade! Lembra daquele dia em que eu e você estávamos, à tardinha, na varanda, e você me perguntou: O que você está pensando? Eu lhe respondi: Nada! Estou apenas maravilhada com esse por do sol. Mas por que você está me perguntando isso? E você me respondeu: Estava com ciúmes, mas não sabia, até você me falar, que o meu rival era o mesmo que o seu: o por do sol!

E você, sonha também em viver, depois de todas as tormentas que existem na vida de casal, o tempo reservado à serenidade do amor?

UMA BOA LEITURA!


O editor GP escreve mais uma crônica: Separações, partilhas, filhos de pais idosos, e amizades


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