GENTE PENSANTE
BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
VEJA NA EDIÇÃO 1878: NAS BANCAS DE 06/08 A 12/08. DEPOIS, SÓ NA GAZETA. Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1877 abaixo:
POR QUE ALGUMAS PESSOAS SENTEM VONTADE DE MORRER E OUTRAS, NÃO?
Toda vez que o homem das letras e o artista plástico encontravam-se, a alegria corria solta. Quando eles se conheceram, não houve apresentação. Cada um já sabia da vida profissional do outro e, como a admiração era mútua, dispensaram-se as apresentações. O artista aproximou-se e disse que era fã do trabalho do homem das letras, que, por sua vez, respondeu: - Eu também. Acompanho vários de seus trabalhos, pelo Instagram. E assim conversaram, demoradamente, como se amigos fossem, há anos. Ao se despedirem, para chegarem em casa a tempo de assistir as disputas esportivas das Olimpíadas, no Japão, o homem das letras foi surpreendido com um beijo na face, dado pelo artista que, em seguida, perguntou: - Assustei você? A resposta foi sincera e curta: - Assustou sim, mas gostei. Obrigado! E deu-lhe beijo igual, de volta, como fazem os belgas, ao se cumprimentarem. Depois disso, a amizade dos dois enraizou-se e as prosas se aprofundaram, cada vez mais. Com o tempo, o homem das letras percebeu que o amigo ficava calmo ou muito exaltado, com grande facilidade. E, quase sempre, por bobagens. Nessas horas, descontrolava-se de tal forma que assustava o amigo, que nunca conseguiu encontrar sentido naquela mudança repentina de humor! Do nada, tornava-se áspero, burlando até a sua própria vontade de ser dócil. E assim, aflorava a sua ira, passando a machucar as pessoas ao seu redor; geralmente, as que mais amava. Um dia, revelou ao homem das letras que estava deprimido e não pensava em outra coisa, a não ser dormir, o máximo possível. Disse-lhe: - Sair da cama tem sido o meu atual suplício... O homem das letras disse-lhe: - Já li - não sei aonde - que os deprimidos, realmente, dormem muito. Será que é porque no sono não há tristeza? Ele nada disse, mas, dias depois, começou a falar, compulsivamente, sobre a própria morte. O amigo tentou desviar o assunto: - Vamos parar com esse papo ruim? O artista respondeu: - Você fala assim, porque tem medo da morte e a nega, mas ela é coisa mais natural do mundo! - Não tenho medo da morte. O que sinto é tristeza de morrer, um dia. Acho a vida tão boa que sinto pesar de ser apenas uma e a gente não poder viver mais... E você, algum dia, já sentiu vontade de dar um fim à sua própria vida? UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: A interferência positiva de um espírito de luz