BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1958:
“HOMEM DE VERDADE NÃO TRABALHA PARA OUTRO HOMEM”
Naquela grande família quase tudo era motivo para festejos, com realização de grandes almoços, principalmente aos sábados. Na mesa enorme, onde sentavam-se em torno de quinze pessoas ou mais, a preocupação da matriarca, naquele dia, era de que todos prestassem muita atenção, para não engolir espinhos. E explicava sempre, como se fosse a 1ª vez, quando o prato era aquele - arroz com pequi:
- Comam, separadamente, o arroz e o pequi. Na hora do fruto, vão raspando devagarinho ao redor, sem morder, porque dentro dele tem um monte de pequeninos espinhos que, se caírem na veia, vão direto para o coração e matam a gente.
Os mais novos ouviam aquela fala, com os olhos estatelados. Em seguida, ela pegava um pequi e mostrava, com os próprios dentes - na verdade dentura - como deviam fazer:
- É assim, ó! Só por fora, raspando bem devagar!
Nesse momento, o patriarca falou:
- Depois de comerem raspando, guardem os caroços, que eu vou partir, depois, para retirarmos e comermos as castanhas cozidas. Bom demais da conta!
Depois, a matriarca anunciou que aquele almoço era para comemorar a promoção que o 8º filho havia recebido na empresa, onde trabalhava, na capital. Todos aplaudiram e o homenageado agradeceu, com sorriso contido. Na hora da sobremesa - doce de pequi de corte - o patriarca dirigiu os olhos para o filho promovido e fez o seguinte comentário:
- Você está de parabéns, mas acho que homem de verdade não trabalha para outro homem...
Os anos se passaram e aquela frase nunca mais saiu da cabeça daquele filho. Afinal, ele não entendeu o motivo do pai ter lhe jogado uma ducha de água tão fria, no caloroso auge de sua realização profissional. Décadas depois, com os pais já mortos, ele leu algo que tirou, enfim, a sua dúvida. O texto dizia assim: Ao se tornar empregado, a pessoa abandona a sua individualidade e passa a se comportar, como se fosse apenas uma função, deixando de pensar e agir por conta própria. Vira um animal avançado, comandado, ao invés de ser o que deveria ser, uma pessoa consciente e que toma as próprias decisões!
E você, está mais para animal avançado ou pessoa que sabe dirigir o seu próprio destino?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: SERÁ QUE O TIRO SAI PELA CULATRA?