BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1973:
COMO SER APENAS HOMEM OU MULHER, SE
SOMOS CONCEBIDOS, POR MEIO DOS DOIS?
No boteco que fica na esquina da conhecida universidade, alguns estudantes, como sempre fazem, se reuniram, após as duas últimas aulas - seguidas de sexta-feira. Eram nove colegas e um professor, quase tão jovem como eles. O assunto, por mais inacreditável que posso parecer, era o mesmo de trocentos (*) anos atrás: a sexualidade das pessoas, principalmente de outros universitários, que não faziam parte daquela roda. O mais falante dos dez ali presentes disse, com ar de professor:
- Coitado do fulano! Acha que todo mundo acredita que ele é macho! (risos)
A loirinha endossou o que acabara de ouvir:
- Pois é! E pensar que eu já fiz parte desse teatro dele, ao namorá-lo! (mais risos). Ainda bem que eu percebi, a tempo, que aquele elevador não subia... (muitos risos).
O rapaz de gola rolê vermelha colocou mais pimenta na conversa:
- Se ele, pelo menos, tivesse namorado com a cicrana, a coisa teria dado certo. Afinal, se o elevador dele não sobe, o andar de baixo dela vive seco (risos sem fim).
O universitário que está estudando direito fez uma oportuna interferência:
- Calma, gente! Que tal deixarmos a sexualidade dos outros de lado e falarmos coisas mais interessantes, como falar de nós mesmo? Afinal, com tantas leis criminalizando atitudes como essas que acabei de ouvir, melhor virarmos o disco! Isso está parecendo conversa do século passado. Estamos no século da diversidade de tudo, inclusive de gênero.
O colega mais falante falou de novo:
- Ihhh!!! Só falta você dizer que também vai sair do armário, para levantar a bandeira multicolorida da diversidade! (Os risos voltaram).
O estudante de advocacia não gostou e falou de novo:
- Ninguém precisa falar pra ninguém sobre a sua sexualidade. O que se passa entre quatro paredes não é para ser propagado. E não custa nada perguntar: algum de nós está pagando as contas do fulano ou da cicrana? Resumindo, galera, isso não é da conta de ninguém!
O professor de sociologia, que, até então, só ouvira, sem pronunciar um A, resolveu abrir a boca:
- Pessoal, ouçam só esta: fizeram um experimento na famosa Universidade Harvard, nos Estados Unidos, quando colocaram garotos e garotas, com as suas visões tampadas, sentados em cadeiras, dentro de uma sala de aula. Depois, outros garotos e garotas entravam naquela mesma sala, para fazer carinhos na cabeça, ombros, braços e mãos de seus colegas assentados. Independentemente der ser carinhos de homem em homem, mulher em mulher, homem em mulher e mulher em homem, todos os jovens assentados, sem exceção, ficaram excitados, com os carinhos recebidos. Resultado do experimento: ninguém é totalmente macho ou fêmea. E tinha de ser assim mesmo, porque todos nós somos filhos de uma mulher e de um homem, também. Aquele experimento provou que o que varia de um ser humano para outro é apenas o percentual da sexualidade masculina ou feminina em cada um de nós...
E você, costuma ficar comentando sobre a sexualidade alheia?
UMA BOA LEITURA!
(*) Coisa muito antiga, com 200 anos ou mais.
O editor GP escreve mais uma crônica A AUTOESTIMA E CADA CABEÇA, UMA SENTENÇA...