No próximo dia 25, é comemorado
o padroeiro dos motoristas, São
Cristóvão, quando, todo ano,
era eleito o Motorista Padrão.
Porém, a reportagem GP tomou
conhecimento de que essa festa não
faz mais tal eleição. Ainda assim,
o jornal contará hoje a história de
um caminhoneiro pará-minense
que, se ainda houvesse a escolha,
seria um ótimo candidato ao título
de Motorista Padrão 2010. Veja
porque.
QUEM É ELE? - José Newton
França, 54, casado com Expedita
Geralda da Silva, trabalha como
motorista de caminhão há 35,
dirigindo pelas estradas de todo
o país, sendo que 17 deles foram
dedicados a uma única empresa.
Há algum tempo, José Newton
foi destaque na revista nacional
da Mercedez Benz, Eu Faço
Parte. Isso, porque ele dirige
um caminhão da Mercedes LS
1938 que completou um milhão
de quilômetros rodados sem
nunca ter recebido qualquer
tipo de intervenção. Entre uma
viagem e outra, ele conversou
com a reportagem GP, com total
exclusividade. Confira.
O INÍCIO - “Eu trabalha com um
trator em uma fazenda na região
de Gomes. Com o passar do tempo,
quis trabalhar com caminhão.
Daí, comecei a trabalhar aqui.
Um caso curioso é que quem me
ensinou a dirigir caminhão foi
um amigo. Ele não tinha carteira
de motorista, mas eu tinha. De
lá pra cá, trabalhei somente em
duas empresas antes da Fundição
Batista, onde fiquei 17 anos, o
Posto Avenida e Parapuan”.
O DESTAQUE - “Quando
o caminhão completou um
milhão de quilômetros e a
Mercedez ficou sabendo, eles
não acreditaram. Tiveram de vir
aqui para comprovar. É um fato
raro que nunca aconteceu, pelo
menos que eu tenha visto. Essa
matéria foi destaque no Brasil
inteiro e até mesmo fora daqui,.
Hoje sou conhecidos em todas
as concessionárias da América
Latina. Hoje, já devo ter rodado
cerca de 3 milhões de quilômetros
por todo o país. Foram tantas as
cidades que já passei que já perdi
a conta”.
O TRABALHO - É algo que tem de
gostar de fazer mesmo. Tem que
ter muita responsabilidade e força
de vontade, senão a gente não
consegue. Porém, acho que isso é
essencial em qualquer profissão.
Como sou casado, posso falar que
a saudade é muita. Saio daqui já
com vontade para casa”.
O SEGREDO - “O que muitos
admiram também é que nunca estive
envolvido em nenhum acidente.
Para mim, isso é resultado de
cuidado e responsabilidade. Este é
o segredo do negócio. Se tiver isso
não acontece nada. Esta é uma
mensagem que posso deixar a todos
os caminhoneiros, companheiros
de profissão. Pretendo continuar
dirigindo por mais uns dois anos,
depois, quero ter o meu merecido
descanso. Mas quando isto
acontecer, vou me lembrar de uma
bonita historia de minha profissão.
Mas enquanto isso não acontece,
vou me dedicando ao máximo ao
meu trabalho como sempre fiz”.