As autoridades brasileiras ainda não aprenderam a lidar, após 27 anos do fim da ditadura, com a liberdade de imprensa. Nos tempos de ferro, as opções disponíveis eram bastante simples: ou apoia ou vai para a clandestinidade. Hoje, a imprensa é responsável pela maior parte das denúncias de corrupção no poder público. Em destaque, o Fantástico, da Globo, e o CQC, da Band. No dia 9 de abril, o CQC, mostrou matéria na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. O escopo da reportagem era a conhecida liberalidade com recursos públicos. O terrível hábito de não economizar com dinheiro público é antigo e jamais irá acabar, principalmente enquanto não houver efetivo controle. Barbaridade suficiente já seriam as denúncias do CQC, mostrando despesas elevadas para ações sem resultado prático e a revelação de propostas de leis inúteis. Pior, porém, foi a forma com que nossos representantes trataram a repórter Mônica Iozzi. Antônio Júlio e Gustavo Valadares foram, no mínimo, deselegantes e grosseiros. Agiram com a jornalista como se ela não tivesse direito de lhes cobrar respostas... (BRUNO QUIRINO – Divinópolis/MG).