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“As mulheres fazem topless, mas são super respeitadas” - 19/10/2012

Fernanda Marioto, 19, filha de Rosália Franco (Garra Profissional na Agropecuária 2010) e Roberto Marioto esteve por quase 7 meses na Austrália para aperfeiçoar o inglês, estudar e trabalhar. Porém, lá, sozinha, sem a família e os amigos, ela também teve tempo para refletir sobre o que realmente queria para a sua vida. De volta a cidade, ela trouxe na bagagem incríveis experiências e, com exclusividade, concedeu esta entrevista à reportagem GP. Não deixe de ler. “Sempre sonhei em fazer medicina, profissão maravilhosa, mas o profissional tem que ter o dom. Fiz vestibular para medicina e não passei. Antes, já tinha resolvido que se eu não passasse, não tentaria novamente, pois não sabia se era isso exatamente o que eu queria. Então, resolvi viajar para ter a oportunidade de estar sozinha para pensar o que realmente eu queria para a minha vida, além de ter algo a mais no meu currículo para o futuro. Então, fui para a Austrália, através de uma conhecida que estava lá, adorando a experiência”, resume Fernanda. CONSCIÊNCIA - “Lá, eu estudei inglês, na Greenwich, mas melhor que aperfeiçoar o inglês são os conhecimentos e a experiência de vida que a gente tem. Você aprende a respeitar as pessoas independentemente de qualquer coisa. No meu 1° mês, eu morei na casa de uma australiana que me recebeu super bem, mas eu tive bastante dificuldade por causa da comida e das regras da casa que são bem diferentes. Eu não tinha muita liberdade. Nesse 1° mês, eu ainda não trabalhava. Mas depois eu fui vendo que o custo de vida na Austrália é alto. 1KG de tomate lá custa 40 reais. Como eu não queria que meus pais tivessem de me mandar dinheiro sempre, corri atrás de um emprego. Trabalhei como faxineira e como garçonete. Foi uma experiência fantástica, porque aqui no Brasil eu nunca iria trabalhar de faxineira ou de garçonete. Lá, independentemente do emprego que você tem, as pessoas respeitam você. Pode ser faxineira ou médico. Não há discriminação ou preconceito algum. No restaurante, eu aprendi bastante coisas como ter contato direto com os clientes; então, eu conversava muito. Assim, aprimorei ainda mais o inglês. Como gostei muito de estar no meio do público, de estar conversando, de estar interagindo, vi que a medicina não era mesmo o que eu queria. Lá, eu era uma funcionária, tinha que cumprir ordens e metas para ser vista como uma excelente funcionária. Na minha última semana lá, minha patroa, que nunca tinha feito comemoração ou coisa parecida para ninguém, mandou fazer um bolo para se despedirem de mim. Aí, restaurante todo, inclusive os clientes, pararam e cantaram pra mim uma música em português: “A Fernanda é boa companheira”... depois, me aplaudiram. Pode parecer coisa pouca, mas para mim, que estava ali sozinha, trabalhando e me esforçando, foi algo que me emocionou, pois vi que o que eu plantei, foi colhido, de forma positiva”. DIFERENÇAS – “Na cidade que eu morei, Sidney, tem uma população grande, mas não existem problemas como no Brasil. Roubo lá é zero. Perdi minha câmera fotográfica, em uma boate e eles me devolveram com a capinha, com o dinheiro que estava dentro e até o meu passaporte intacto. Se fosse no Brasil, provavelmente não a encontraria novamente. O transporte público é excelente. Eu tinha que pegar um trem diariamente para poder ir para a escola e para o trabalho e não tinha problema algum, funcionava super bem. Uma coisa bem legal também é que todo lugar que você vai as pessoas não são de ficar reparando como as brasileiras que ficam nessa competição de quem está mais bonita ou se destaca mais. Lá, não tem isso! As pessoas podem passar do seu lado que ela não vai reparar, porque você é vista como uma outra pessoa qualquer. Outra coisa que eu achei bem interessante é o topless que no Brasil é extremamente proibido, coisa de gente vulgar. Na Austrália, as mulheres fazem topless nas praias, mas não são vistas como mulheres vulgares; são super respeitadas. As roupas das australianas são mais curtas e mais chamativa que as nossas. Outra coisa que é bem diferente do Brasil: não são os homens que chegam nas mulheres. Geralmente, são as mulheres que chegam nos homens. E lá, as maioria das boates não cobram ingressos e em qualquer lugar que você vai a água é sempre de graça. Não existe isso de pagar água como aqui. Em bancos e agência de Correios nunca existem filas. E também não existe trânsito congestionado”. MUDANÇAS - “De volta ao Brasil, resolvi não trazer roupas, dinheiro, nada material. Pensei em trazer algo que eu pudesse falar ao chegar: Fiz tudo que eu queria! Como tinha muita vontade de viajar, fui a Nova Zelândia, onde fiquei 13 dias, e na Tailândia, também por 13 dias. Como todo país, os 2 têm problemas, mas são maravilhosos. Foi uma experiência maravilhosa. Agora, o brasileiro tem um calor, uma afinidade com os outros impressionante. As pessoas lá são bem frias, não são de ajudarem umas às outras; não são de questionar a vida do outro. É cada um na sua. Esse tempo em que eu estive sozinha, eu tive muito tempo para pensar e agora vou prestar vestibular para Administração. Resolvi ajudar os meus pais na empresa deles (Sibele Alimentos). Eles ficaram muito surpresos quando eu contei a minha mudança, porque mudar de medicina para administração é extremamente radical, mas eles adoraram a ideia e está dando tudo muito certo”.

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