A reportagem GP foi procurada pelo funcionário público, na área da saúde, Washington Lúcio da Silva, 48, para fazer uma denúncia. Veja o que ele disse.
“Eu participei de uma campanha política, do partido da oposição. Quando eu retornei, no dia 8, para pegar serviço, no micro-ônibus da saúde, onde eu trabalho há mais de 11 anos, levando o pessoal para consultar em Belo Horizonte/MG, recebi a notícia de que eu não trabalharia mas ali, pois o ônibus que eu trabalho tinha estragado. A secretária de saúde, Maria Amália Arruda, me chamou na sala dela e alegou que não tinha mais cargo para mim e que não podia me deixar ocioso dentro do quadro de funcionários. Me disse também que havia uma vaga de motorista para mim, dentro da secretaria de obras e me mandou pra lá... mas eu tenho costume de trabalhar com o povo, há 11 anos, na área da saúde e eu não tenho nada a ver com essa nova área”, lamenta Washington.
PERSEGUIÇÃO POLÍTICA? - “Estou sofrendo uma perseguição política, porque eu provo que carro tem. Fui até a garagem da prefeitura, no bairro São Pedro, fiz algumas filmagens que, inclusive, já coloquei nas redes sociais e quero colocar também na Rede Record, na Band e aonde eu puder vou colocar essas filmagens. Nós temos ali duas ambulâncias novas; inclusive, uma delas é do Estado e estão lá, na garagem, apodrecendo na chuva e no sol. Estou também aqui na GAZETA, porque sei que este jornal tem muita força. Acho injusto, porque aquilo ali é dinheiro público e com dinheiro público não se brinca. Já fui perseguido politicamente em 2001, quando abri uma ação contra a prefeitura e ganhei na justiça e fui ressarcido da minha perda, na época. Agora, porque eu participei de um partido contrário, torno a ser vítima, de novo, dessa perseguição”.
ÓLEO X MEIO AMBIENTE - “Outra coisa: ali, na secretaria de obras, existe um grande problema. Tem um lugar, onde eles abastecem os caminhões, os ônibus e os carros a diesel e também existe o lava jato, onde eles lavam os carros e peças. Então, eles teriam que ter ali um reservatório de óleo, para que esse óleo escoasse lá para dentro e não ir para o meio ambiente. Aí, eu fiz uma denúncia junto ao Ministério Público e na Vigilância Sanitária no último dia 11, mas até hoje não tive resposta. Eles me deram o número do telefone da Polícia Ambiental, mas ele não funciona. Se fosse uma empresa particular, eles já teriam mandado até prender o empresário que tivesse fazendo aquilo lá. Agora vêm as chuvas, e como os tanques estão cheios, vai bater ali e carregar aquele óleo todo para o meio ambiente. Isso vem acontecendo, há vários anos. Então, eu gostaria que alguém impedisse que isso continue acontecendo”.
“FAZENDO DE VÍTIMA” – Como não poderia deixar de ser, veja agora o que disse a secretária de saúde, Maria Amália Arruda.
“Nada disso aconteceu da forma que o funcionário relatou. Na verdade, o que aconteceu foi que, quando o Washington retornou do afastamento, devido ao período eleitoral em que ele foi candidato a vereador, o ônibus que era dirigido por ele, estava e ainda está na oficina. Para que ele não ficasse ocioso, provisoriamente a secretaria o cedeu para a secretaria de gestão para que essa pasta identificasse a necessidade de um motorista e fizesse a sessão provisória para uma outra secretaria. Então, não houve, em momento algum, nem haverá, perseguição política como ele diz, pois eu não trabalho dessa forma. E eu jamais poderia deixá-lo ocioso na minha secretaria, sabendo que em outra secretaria estaria precisando de um funcionário como ele, que passou no concurso como motorista da prefeitura. Então, ele não tem um direito garantido de ser motorista só da secretaria de saúde e dirigir só em um determinado cargo. Quem passa no concurso da prefeitura para motorista é para atender a qualquer uma das secretarias. Agora, ele entrou com um pedido de férias prêmio e, quando o ônibus voltar da oficina, talvez ele nem seja mais o nosso motorista. Sobre a de que há ambulâncias paradas, existem mesmo. Estamos aguardando o reparo mecânico delas para elas voltarem a rodar normalmente. É lá mesmo que os carros têm que ficar aguardando os reparos para rodar com segurança e atender a população. Enfim, ele está se fazendo de vítima”, afirma a secretária.
A VIGILÂNCIA – A reportagem GP também ouviu a Vigilância Sanitária sobre o derramamento de óleo. Eles disseram que realmente há uma caixa de retenção dos resíduos que precisa de uma adequação. Diante disso, será feito um relatório que será repassado para o novo secretário de obras, Roberto Guebel.