A reportagem GP foi informada que o atual zagueiro do São Paulo Futebol Clube e pentacampeão mundial pela Seleção Brasileira, Lucimar da Silva Ferreira, mais conhecido como Lúcio, teria treinado em terras pará-minenses, através do empresário futebolístico, Antônio Fabiano Ferreira. No meio do futebol brasileiro, Antônio Fabiano é mais conhecido como Raimundinho, sendo que em Pará de Minas ele é mais conhecido como Kará. Para conferir a veracidade da informação, a reportagem GP entrou em contato com ele que, com exclusividade, concedeu essa entrevista. Não deixe de ler.
“Em meados de 1997, fui convidado a ir para Planaltina/DF para ver o Luciano, irmão do Lúcio, jogar. Se eu tivesse interesse, o traria para treinar aqui em Pará de Minas para ele tentar carreira no futebol mineiro. Chegando lá, constatei que ele realmente era bom, mas um jogador não pode ter sequer um senão e, assim, decidi não trazê-lo para Pará de Minas. Depois do jogo, fui à casa da família do Luciano e conversei com a mãe dele; disse que sentia muito, mas que não poderia trazê-lo. Aí, ela me disse que tinha outro filho que iria jogar no outro dia. Ao ouvir aquilo, resolvi ficar para ver o Lucimar, mais conhecido como Lúcio, jogar. Ele estava com 19 anos e era um zagueiro alto e forte com bom preparo físico. Acompanhei o jogo dele, mas ele pecava em aspectos técnicos. Precisava de um trabalho mais apurado e ser mais orientado. Na época, ele jogava no Planaltina, clube que até hoje é muito pobre. Depois do jogo, conversei com a mãe dele e disse que o poderia trazê-lo para Pará de Minas para aprimorar seu trabalho de fundamentos. Ele chegou aqui com muita vontade e garra e treinava com outros jogadores no Campo do Guarani”, relembra Kará.
O CRUZEIRO - “Depois de um tempo, por motivos que até hoje desconheço, fui impedido de continuar dando treinamento naquele local. Passei, então, a fazer o treinamento de fundamentos em minha quadra, muito apropriada para o treinamento de jogadores de campo. Devido ao espaço reduzido, eles adquirem maior mobilidade; quando eles chegam no campo, onde há muito mais espaço, eles se dão muito bem. Fazia o treinamento físico, colocando-os para correr até o Cristo Redentor ou até Gorduras, onde iam em trote bem leve. Passados alguns meses, levei o Lúcio para o Cruzeiro, quando o ofereci ao Ney Franco, então treinador das categorias de base do time celeste. Mas o Ney Franco não aprovou o Lúcio. Hoje, por ironia do destino, o Ney Franco é técnico do São Paulo Futebol Clube e o Lúcio é um dos reforços contratados por este time. Eu e o Lúcio ficamos muito chateados com a decisão do Ney Franco. Voltamos para Pará de Minas. Passados alguns dias, o Lúcio me disse que gostaria de voltar para o Distrito Federal para rever a família”.
O INTERNACIONAL - “Chegando lá, ele foi convidado para fazer uma partida, jogando pelo Planaltina contra o Guará. Lúcio jogou muito bem e o Guará o chamou para disputar a Taça Brasil. Aceitamos o convite e, em certo ponto do campeonato, houve um jogo contra o Internacional de Porto Alegre/RS e o Guará perdeu por 7 x 1. Depois do jogo, uma pessoa do Internacional procurou a mãe do Lúcio e fez uma proposta para ela. De imediato, ela me procurou, explicou a situação e eu concordei com ela. Depois disso, o Lúcio passou a jogar no Internacional”.
A SELEÇÃO – “Depois, ele foi jogar na Seleção Brasileira É uma satisfação muito grande saber que fui treinador de um campeão mundial como o Lúcio, um dos melhores zagueiros do mundo... todas as vezes que conto essa história, sempre me emociono muito. Em todos os lugares que vou, as pessoas comentam sobre ele, sobre como foi importante para ele ter treinado aqui, em Pará de Minas”. (Matéria sugerida por IBRAHIM SIMÃO, da Sibra).