Maria de Lourdes Coelho, 88, filha de Antônio da Silva e Angelina de Melo da Silva, e Silvestre Pereira Coelho, 93, filho de Osório Pereira Coelho e Ana Rosa Pereira, completará no próximo domingo, dia 12, 66 anos de feliz união. O casal teve 5 filhos: Ana Lourdes (falecida), Inês, Albano, Vânia e Maria José; e têm hoje 8 netos e 1 bisneto. Em sua casa, no Centro de Pará de Minas, eles receberam a reportagem GP, quando falaram um pouco de suas histórias de vida. Não deixe de ler.
INFÂNCIA - “Minha infância foi igual a de todo mundo daquela época. Antigamente, tudo era a mesma coisa: ir para a escola e, depois, brincar na rua... Nasci no dia 31 de março de 1920 e cresci no Centro de Pará de Minas, em uma casa antiga (do padre José Pereira Coelho, mais conhecido como padre Zeca) que tinha aqui na esquina”, relembra Silvestre.
“Eu não nasci em Pará de Minas. Meu pai era fiscal e a gente vivia mudando de cidades. Vivi por muito tempo em Belo Horizonte, mas, depois, viemos para cá... foi aqui que o meu pai morreu. Aí, minha mãe e meus irmãos voltaram para Belo Horizonte, mas eu fiquei aqui, na casa dos meus tios. Considero-me pará-minense. Olha só o tempo que vivo aqui (risos). Não tenho vontade de me mudar desta casa ou desta cidade. Minha família era grande, mas foram todos morrendo, aos poucos. 2 de meus irmãos morreram cedo: um, ainda menino, com 9 anos, e o outro com 14. Hoje, eu só tenho uma irmã viva, mas que já está bem doente”..., afirma Lourdinha como é mais conhecida.
VIDA ADULTA - “Aos 18 anos, parei de estudar e comecei a trabalhar no DR, durante 32 anos como chefe de departamento. Aos 27, me casei com a Lourdinha”.
“A mãe da Elza morava aqui em frente, onde hoje mora o senhor Gilica e a minha tia era casada com o tio dela. Então, íamos frequentemente lá. A casa tinha uma sala grande e ficávamos brincando de dançar, na época ao som da vitrola. Foi lá que eu conheci o Vete. Nunca trabalhei, apenas estudava. Como tinha uma cólica renal forte, tive de deixar o colégio. Logo depois me casei e me tornei dona de casa. Tivemos 5 filhos e perdemos a mais velha”...
VISÃO DO MUNDO - “O mundo hoje está cheio de violência. Muitas coisas diferentes do que era, a algum tempo atrás. Por exemplo: a saúde está precária por toda a parte. Hoje também todo mundo vive com medo, pela falta de segurança. Antigamente, a porta de nossa casa ficava aberta constantemente. Hoje, temos que estar trancando tudo, colocando grades”...”.
“O mundo hoje está muito atrapalhado... tem muita coisa errada e há muita violência. As coisas não estão muito certas”...
RELIGIOSIDADE - “O Vete é sobrinho do padre José Pereira Coelho que o criou, mas eu sou bem mais religiosa que ele (risos). Vou à missa todos os domingos e ele falta algumas vezes”, entrega Maria de Lourdes.
MOMENTO FELIZ: “De felizes, nós temos todos os momentos em que a família está reunida, as alegrias com os filhos... é isso que nos deixa muito felizes”, fala Lourdinha com a concordância de Silvestre.
NOTA TRISTE: “Vivi muitos momentos tristes na vida como a morte de minha filha, com apenas 24 anos, da minha mãe, dos meus irmãos... Nós éramos 9, agora resta só eu e mais 1” (emoção).
“A morte da minha filha Ana Lourdes (Lulu) foi o momento mais triste da minha vida. A gente passa pelas mortes de pai, mãe e irmãos, mas como a morte de um filho não tem dor igual. Colocamos o nome dela de Ana, por causa da avó dela e de Lourdes por causa do meu nome. Ela estava noiva, iria casar em dezembro, mas adoeceu em junho e faleceu em novembro, 5 meses depois” (emoção).