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Que destino têm os animais recolhidos pela carrocinha? - 14/06/2013

A leishmaniose é uma doença comum entre animais e muitos deles são recolhidos para o centro de zoonose da cidade. O que muitos não sabem é a forma como eles são tratados lá. Pensando nisso, a reportagem GP entrevistou o veterinário e coordenador do centro, Henrique Lopes Souza, para ele explicar sobre todo o processo de recolhimento desses animais nas ruas. Vale a pena conferir. “Muitas pessoas falam que dentro do centro de zoonose ocorre apenas o sacrifício de animais, mas isso não é verdade, porque temos aqui muitos cães para serem doados. As atividades do centro de zoonose hoje são mais amplas. O recolhimento de animais na cidade é feito através da carrocinha que sempre passa uma vez na semana, geralmente nas 2ªs feiras, percorrendo vários bairros. Os animais, ao chegarem aqui, vão para o canil, onde ficam por 5 dias à espera do dono, que, após efetuar o pagamento de uma multa, tem o seu animal liberado (se ele não aparece, ele é eliminado). Fazemos também um teste para detecção de leishmaniose, quando uma coleta de sangue é enviada para a Funedi, em Belo Horizonte, e eles nos enviam o resultado confirmando ou não se a doença é positiva. Caso seja confirmada, o cachorro é sacrificado; se der negativo, ele permanecerá aqui. A leishmaniose é uma doença séria que passa para os humanos. Dados de janeiro a abril deste ano apontam que foram analisados 2.906 cães, quando apenas 10% teve resultado positivo para leishmaniose. Outra coisa: a população não deve resistir em abrir as portas de sua casa para a equipe zoonose averiguar fatores de risco no animal, porque trata-se de uma doença sem cura, fazendo o cachorro passar por um período muito doloroso e sofrido até morrer”. VIOLÊNCIA? – “Os responsáveis pela carrocinha pegam os animais da forma menos agressiva possível, mas o animal, ao ver a carrocinha, sente medo e passa a ter reações como correr ou morder. Da mesma forma que a polícia, ao pegar um meliante, tem de usar força contra ele, o pessoal da carrocinha tem que tomar medidas de força maior para apreender o animal. Nossos funcionários têm de estar preparados para que os cães não os ataquem”. ADOÇÃO – “Temos um processo de adoção, quando o animal permanece aqui o tempo todo até que seja adotado. Entretanto, o que vemos hoje é uma falta de consciência das pessoas para a adoção. Quando eles chegam até nós, temos que dar vários cuidados como banho, medicação e alimentação. Porém, as pessoas só pensam que o animal está gerando despesa e, assim, o abandona nas ruas. A população pará-minense tem que cuidar mais de seus animais. De nada adianta soltá-los nas ruas, porque isso causa graves problemas à sociedade como acidentes, ataques e atropelamentos”. NINGUÉM QUER GATO –“Nós temos uma parceria com a veterinária Yara Sarmento, da SOS Bichinhos que faz a castração de felinos que são bem menos adotados. A cada 100 cachorros adotados é adotado apenas 1 gato, mas as pessoas trazem uma ninhada de gatos, junto com a mãe, para ser feita a castração para que não ocorra essa proliferação. Essa é a melhor maneira de diminuir a propagação de animais abandonados na cidade”.

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