Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2044
05/11/2024


Notícias
Notícias

HISTÓRIA DE VIDA - 02/08/2013

Raimunda Lopes Melo Cançado, 89, mais conhecida como Raimundinha, é filha de João Augusto Lopes Cançado e Maria da Conceição Melo. Não casou, nem teve filhos. Tinha apenas um irmão que faleceu em um desastre, junto com o filho. Desta vez, ela foi a escolhida para conversar com a reportagem GP sobre a sua história. Não deixe de ler. CARRO DE BOI – “Minha infância foi boa demais, só alegria! Estudei no grupo, fui para o Ginásio São Geraldo (que hoje abriga a Casa de Cultura), depois fui pra Divinópolis/MG, mas não me formei. Fiz apenas até a 7ª série e voltei pra cá. Lembro que quando eu tinha uns 10 anos, passavam uns carros de boi com lenha, ali para os lados do bairro Nossa Senhora das Graças. Aí, eu e minhas amigas subíamos nele e íamos até a porteira e, depois, voltávamos a pé. Era a coisa melhor do mundo. Brincávamos também de casinha, pique, etc” relembra Raimundinha. DANÇAR NÃO! – “O que lembro da minha mocidade são as fogueiras de São João que o meu pai fazia. Era tudo muito animado! Meus pais adoravam dançar. Já eu, nunca gostei de dançar. Eu ia para o Centro Literário Pedro Nestor (em frente à CTBC) com as minhas amigas e, naquela época, meia noite era tarde. Os moços me chamavam para dançar, mas eu nunca dançava. Não gostava; só gostava de ver”. TIA RAIMUNDINHA – “Eu tinha muitas amizades com os rapazes, mas nunca namorei. Eu até tinha um grande amigo que as pessoas falavam que a gente namorava. Mas nunca namoramos e fui até madrinha de casamento dele. Eu tenho 3 sobrinhos, filhos do meu irmão, em Belo Horizonte/MG. E aqui, em Pará de Minas, eu tenho várias pessoas que me veem na rua e me chamam de Tia Raimundinha. Eu fico muito feliz com isso. Me oferecem carona. Esses eu também considero como meus sobrinhos, como os outros. O único emprego que tive foi no Correios e foi muito bom trabalhar lá”. VISÃO DE MUNDO – “O mundo tem muita coisa horrorosa: as drogas, a falsidade... Para falar a verdade, o mundo está horroroso. Eu vejo esses filhos que não ligam para os pais, não tratam bem as pessoas... Existe uma inveja no mundo e isso é tão esquisito. Comigo está tudo bem, mas eu vejo tanta gente se queixar dos filhos, da família, da vida. Muita gente nas drogas, nas bebidas... não querem saber de trabalhar, de estudar, nem de nada. Só farra! Isso é muito triste. Mesmo eu não tendo filhos, sofro pelos pais que sempre passam aqui em casa e pedem uma oração, porque estão com problemas em casa. A vida é tão curta e o mundo está assim... Mas há coisas boas no mundo também. Sinto-me tão bem com tudo que Deus me proporcionou que eu acho que está tudo bem na minha vida. Deus só me deu coisas boas na vida. Essa visita do papa Francisco é a coisa mais linda do mundo. É uma benção que o Brasil ganhou. O papa é uma felicidade! Tomara que os jovens tenham prestado bastante atenção nos ensinamentos dele”. MOMENTO FELIZ – “A coisa mais feliz que eu tenho são as minhas boas amizades. Muita amizade gostosa! Isso sempre me fez feliz. Toda vida eu fui muito feliz”! MOMENTO TRISTE – “Foi o falecimento do meu pai, depois do meu irmão e de minha mãe. Como a família é muito pequena, isso me deixou triste demais”.

Mais da Gazeta

Colunistas