Recentemente, o sócio-proprietário da Agência Treis, Frederico Marinho, 30, um dos responsáveis pela criação do site da GAZETA (www.gazetaparaminense.com.br), passou os 30 dias de suas férias em Toronto/Canadá para ganhar fluência no inglês e conhecer uma nova cultura. Ao retornar, ele contou tudo com exclusividade para a reportagem GP. Não deixe de ler.
“Tenho estudado inglês, há algum tempo, e já sentia necessidade de ter uma experiência mais próxima para realmente sentir o que seria viver o inglês. Decidi viajar para aprimorar o estudo da língua e, claro, ter uma experiência internacional, já que, até então, eu nunca tinha saído do Brasil. Passei exatamente 30 dias no Canadá, todo o mês de outubro, na cidade de Toronto, vivendo com uma família mexicana.
Escolhi o Canadá, porque o Wolverine é canadense (riso). Eu tinha 3 países em mente: Irlanda, Canadá e África do Sul. Essas opções surgiram devido a opiniões de amigos que me informaram sobre a possibilidade de um estudo mais fácil nesses locais. Acabei optando pelo Canadá, porque tenho vários amigos que já foram pra lá e gostaram muito. Além disso, ficaria mais barato, principalmente com relação à Irlanda, por causa da moeda”, fala Fred como é mais conhecido.
A FAMÍLIA - “Quem me ajudou a resolver tudo (sobre a viagem) foi o Bruno, da HB Traduções. Ele fez o contato com a escola, resolveu todos os problemas. Eu só tive que providenciar o visto e as passagens. Estudei numa escola chamada Omnicom numa espécie de intercâmbio, mas sem a troca. Apenas eu fui (para o exterior) e ninguém veio (para o Brasil). Fiquei na casa de uma família mexicana com a mãe Mercedez e seu filho mais novo, Richard, que é canadense. Ela é separada e tem também uma filha mais velha, Mercy, que é casada”.
A ESCOLA - “Durante os 30 dias, fiz aulas de inglês todos os dias, das 8H às 15H, de 2ª a 6ª feira. Na minha sala, eram 10 alunos em média e, na maior parte do tempo, éramos 5 brasileiros e 5 coreanos. Durante duas semanas, houve também um japonês. Fiz amizades com coreanos, japoneses, russos, mexicanos, filipinos e alguns poucos canadenses. Em Toronto, é difícil achar canadenses (riso). A escola é bem dinâmica, você faz uma entrevista no 1º dia para nivelamento e pode optar por gramática ou conversação. Você pode trocar de turma a qualquer momento e, se tiver sentindo seu nível muito puxado ou muito fácil, também pode pedir para alterarem seu nível. Bem interessante. O desenvolvimento do meu inglês foi bastante satisfatório. Apesar do pouco tempo (que ele ficou lá), consegui fazer tudo o que eu queria e senti uma melhora, quando voltei. Demorei uns 15 dias (quando chegou lá) para me acostumar a ouvir e falar inglês 24H por dia”.
O CANADENSE – “O que eu mais gostei e, acredito que é o maior diferencial em vários locais do mundo, é a diferença de temperamento das pessoas em comparação a nós, brasileiros. Apesar de serem mais frios e não tão sociáveis, aparentemente, as pessoas de Toronto me pareceram extremamente educadas e pacientes. Toronto é uma cidade muito cosmopolita, tem gente de todo o mundo. Talvez, por isso eles aprenderam a lidar com qualquer tipo de gente. As pessoas são muito educadas no trânsito, nas filas de restaurante, nos banheiros e nos cinemas. Elas cedem os seus lugares sem problemas. Os motoristas de ônibus geralmente estão com cara boa e quase sempre cumprimentam os passageiros. Ao descer, quando você agradece, eles sempre retornam com um Good Morning (Bom Dia). Claro também que ninguém é perfeito e existem situações estressantes, como aqui no Brasil, mas você vê esses tipos de problemas com muito menos frequência lá”.
O CONSUMISMO - “O Canadá é um país muito consumista. Claro que em todo o mundo é assim e nos Estados Unidos é pior, mas rezo para que não fiquemos como eles, apesar de estarmos caminhando nesse sentido. Isso ficou muito evidente, quando visitei o Niágara Falls, que é a maior queda d’água do mundo. As quedas são lindas, andei de barco e passamos por baixo das quedas. Passei um dia inteiro molhado (riso). Tem um personagem do seriado Mad Men, o Pete Campbell, que passa a lua de mel lá. Ele envia um cartão para os amigos com esta frase: O lugar mais molhado do mundo. Concordo plenamente. O triste do Niágara Falls é a cidade em si. Depois de conhecer as quedas você, obrigatoriamente, vai às compras. A cidade parece um parque de diversões. Esperava algo mais aconchegante e pitoresco, algo como a nossa Tiradentes/MG, mas me senti dentro do filme Se Beber, Não Case. Gostei das quedas, mas da cidade, não. Eu não passaria minha lua de mel lá (riso). Conheci vários pontos turísticos na cidade como zoológico, museu, CN Tower (2ª maior torre do mundo), alguns pubs e algumas bibliotecas; fiquei com vontade de morar dentro de algumas delas”.
A ALIMENTAÇÃO – “Além do intensivo (inglês 24H por dia), acredito que a diferença na alimentação também colaborou (para a demora de sua adaptação). Eles têm um café da manhã muito reforçado. Basicamente, são ovos mexidos, bacon, fatias de queijo (cheddar), panquecas, mel, pão doce e cereal. Claro que não é tudo de uma vez. Eles costumam fazer um horário de almoço de, no máximo, 40MIN e o almoço consiste em cachorro quente, Subway, McDonalds ou qualquer refeição leve. Eles jantam cedo, por volta de 19H. É uma comida boa: arroz, carne, salada e batata”.
O TRANSPORTE – “Devido ao transporte público parar de funcionar por volta das 2H (da manhã) inclusive nos fins de semana, a vida noturna acaba cedo, pelo menos nos bares e pubs. Apenas uma noite eu fiquei até às 4H na rua e tive que me virar para voltar para casa. As principais avenidas ainda têm ônibus, mas você espera em torno de 30MIN, mas o sistema funciona muito bem. Carro em Toronto não é essencial como no Brasil. Além de serem confortáveis e terem aquecedor (os ônibus), eu estive lá no outono. Ou seja, não peguei o pior, mas cheguei a pegar temperaturas em torno de 2ºC, de manhã. É tenso, mas dá PA ra sobreviver bem. Em novembro, começa o inverno, do qual escapei por pouco”.
OS PAULISTAS - “Toronto é uma cidade é muito bem estruturada, mas os professores da escola dizem que muitos paulistas que passaram por lá disseram que São Paulo é tão estruturada quanto Toronto ou até mais, só que com muito mais pessoas. Em resumo, os paulistas disseram que Toronto é uma espécie de São Paulo, 50 anos atrás”. (riso).