Um mutirão de saúde identificou um caso raro em Itapetinga, no sudoeste da Bahia. Dezesseis pessoas da mesma família foram diagnosticadas com catarata congênita.
A doença forma uma espécie de névoa branca no olho e deixa a pessoa com muita dificuldade para enxergar.
Dona Maria conta que dos nove filhos dela, seis tiveram a doença. Segundo a moradora, o problema fez com que a família sofresse preconceito. "Para falar da minha casa, eles não falam os nomes das pessoas. Falam assim: 'Na casa da família do povo cego'", critica.
O mais novo portador da doença é um bebê de 11 meses de vida. Após diagnosticados com catarata congênica, quase toda a família foi submetida a uma cirurgia realizada através do mutirão de atendimento promovido pelo programa Saúde em Movimento.
Ainda usando óculos escuros em razão do procedimento cirúrgico, o pequeno Antônio comemora não ter mais que precisar sentar na frente da classe durante as aulas. "Estudar melhor e não sentar na frente como eu sentava, perto do quadro. Espero que as pessoas não zombem de mim mais", deseja.O caso da família será estudado por especialistas em São Paulo. "Nós vamos junto com a Universidade Federal de São Paulo e pesquisadores investigar a causa genética dessa doença que resultou na catarata congênita dessa família", afirma o cirurgião Ruy Cunha Filho.
Mutirão
Desde o dia 26 de março, moradores de mais de 20 municípios da Bahia recebem atendimento oftalmológico através do programa Saúde em Movimento. Segundo a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a expectativa é que até o final da ação, que se encerra na terça-feira (1º), sejam realizadas 1500 cirurgias de catarata e cinco mil consultas oftalmológicas.
Segundo a Sesab, o público alvo da estratégia Saúde em Movimento é formado por alunos do programa Todos pela Educação (Topa) e pela população com idade a partir de 60 anos. Para ser atendido, o usuário deverá procurar a Secretária de Saúde do seu município. O procedimento é gratuito.
Fonte: G1