POR LEONARDO DUPIN*
No ano passado publiquei neste blog um texto sobre o repasse de dinheiro público pelo governo de Minas ao consórcio Minas Arena.
“A concessionária Minas Arena terá direito de operar o Mineirão por 25 anos. Para isso investiu R$ 654,5 milhões, dos quais recolheu do BNDES R$ 400 milhões. Nesse período, a empresa terá um retorno assegurado (em parcelas fixas e variáveis), conforme seu desempenho financeiro. Por exemplo, se o negócio não render lucro e a empresa tiver prejuízo, o governo repassaria ao consórcio um valor mensal que pode chegar até R$ 3,7 milhões por mês. O contrato assinado estabelece uma faixa de garantia: se o negócio render até R$ 2,59 milhões por mês, o governo completa a diferença entre R$ 3,7 milhões e R$ 2,59 milhões. (…) o contrato assinado impossibilita a chance de prejuízo para a empresa, o mesmo não acontecendo com os cofres públicos. Ainda que o estádio fique fechado durante esses 25 anos, o faturamento do consórcio nesse período vai passar de R$1,1 bilhão”.
Um ano depois, de acordo com matéria do jornal “O Tempo”, as previsões se confirmam:
“Em 2013, por força de um contrato firmado entre o governo mineiro e a Minas Arena, o Executivo repassou à companhia R$ 44,4 milhões apenas para garantir o lucro mínimo de R$ 3,7 milhões mensais à empresa. A obrigatoriedade de assegurar o lucro da parceira é contratual. O repasse equivale a cerca de R$ 700 por assento do estádio – são ao todo 64 mil. A empresa registrou prejuízos em todos os 12 meses de 2013.”
E o dinheiro público, repassado às empresas que compõem a Minas Arena (Egesa, Construcap e Hap Engenharia), depois irriga a campanha do Lacerda (PSB) e dos Tucanos mineiros. Aliás, um bom dado para ser atualizado nesse ano de eleição.
Resta saber, onde está o Ministério Público mineiro?
Fonte: UOL