Este seria o segundo Dia das Mães da jovem Rosane Ribeiro, de 22 anos, com as quatro filhas que ela deu à luz, no dia 6 de maio do ano passado, em Santo Antônio do Monte. Mas nessa data, as quadrigêmeas que nasceram prematuras, com sete meses, estavam internadas na UTI de um hospital, onde permaneceram por um mês, respirando com ajuda de aparelhos. Rosane lembrou da ocasião e emocionada disse ao G1 que sofreu por não ter tido as filhas nos braços. "Foi como estivesse faltando um pedaço de mim, tinha medo de não poder ter esse momento", disse.
Neste domingo (11) a alegria está completa e ao lado de Ester, Helena, Cecília e Vitória, Rosane terá um Dia das Mães especial. "Para mim é muito mais que isso, é a realização de um sonho. Sonhava todos dias passar este domingo ao lado delas”, afirmou.As meninas completaram um ano recentemente. As crianças que por diversas vezes, segundo a mãe, corriam risco e poderiam não nascer, hoje esbanjam saúde e enchem os pais de felicidade. O pai, Gleydston Ribeiro, lembra que, quando descobriram a gravidez, o casal foi informado da gravidade e do risco da gestação. Todo o processo, segundo ele, foi de muita apreensão e surpresas. "Já tínhamos preparado a gravidez, mas não esperávamos quatro, ficamos apreensivos algumas vezes", disse.
Hoje, cheio de orgulho, Gleydston também comemora com muita alegria o dia que é dedicado à esposa. "Nossas quatro filhas são um verdadeiro milagre de Deus. Hoje sou a pessoa mais feliz do mundo com essas bênçãos em minha vida", ressaltou.Parto antecipado
Rosane engordou 25 quilos quando ficou grávida, o que dificultava no dia a dia, e por isso levou a gestação até onde suportou. "O espaço estava apertado e, para não comprometer a saúde da minha mulher ou das crianças, resolvemos fazer o parto, aos sete meses, de acordo com orientações do médico", disse.
Rotina
A rotina do casal nunca mais foi a mesma depois do nascimento das filhas. Eles fizeram as contas e contaram que durante alguns meses chegaram a fazer cerca de 32 trocas de fraldas por dia, além de 32 mamadeiras para as meninas, que se alimentam até hoje, de um leite especial, que proporciona ganho de peso.
O dia é sempre corrido e cheio de tarefas, mas para Rosane a manhã é a parte do dia mais trabalhosa; A mãe acorda às 6h e, segundo ela, todas as meninas já estão em alerta esperando a mamadeira neste horário. "Eu logo preparo as quatro mamadeiras, retiro as crianças do berço, coloco elas em um colchão na sala, onde ficam todas juntas e em seguida dou a mamadeira para cada uma. E elas seguram as mamadeiras e vou trocando as fraldas delas", relatou.
Durante a troca de fraldas, as quatro, que já se relacionam muito bem, brincam e assistem desenhos. "Coloco desenhos para ver se chama a atenção, e aí eu tento dar uma organizada na casa, pego os brinquedos do chão, coloco roupas para lavar", contou.
Como acordam muito cedo, as quadrigêmeas voltam a dormir por volta das 8h e esse "soninho" dura geralmente três horas. É quando Rosane começa a preparar o almoço para as meninas e para o marido, que precisa ficar pronto até as 11h. "Elas começam a acordar e eu já vou posiocionando todas na cozinha, sentadas no bebê conforto. Como elas não esperam e ficam disputando a papinha, faço apenas um prato com uma colher e vou alimentando todas", disse.Logo após o almoço é a hora do suco e, desta vez, é servido uma mamadeira para cada uma. Em seguida, elas brincam no chão da casa, onde engatinham por todo lado e já ensaiam alguns passinhos. "Depois de uma hora que elas tomaram o suco, eu preparo o banho. Para isso, coloco duas em cada berço. Enquanto elas brincam umas com as outras, eu dou banho uma a uma", explicou.
O banho dura em média duas horas. "Nada é fácil para quem tem quadrigêmeas", brincou. "Preciso trocar a água quatro vezes, vesti-las, colocar fraldas e isso tudo demora, é preciso cuidado na hora do banho, por isso não pode ser nada corrido", ressaltou.
Após o banho chega a hora de mais uma mamadeira e mais um período de sono. Elas mamam o leite especial e dormem por pouco mais de uma hora. É nesse intervalo que Rosane consegue almoçar, por volta das 14h. "Elas são prioridade, faço as coisas por mim, quando termino de fazer tudo por elas", afirmou.
Rosane só consegue descansar quando as meninas dormem à noite. "Elas ficaram pelo menos sete meses acordando durante a noite para mamar e depois não aconteceu mais. Elas sempre dormem a noite inteira. Isso é muito bom, pois consigo descansar", disse.Vitória
Vitória foi a última a nascer. Segundo a explicação do médico que fez o parto, por causa da posição que ocupou na barriga, foi a menor das meninas, nasceu com 900 gramas, enquanto as outras ficaram entre 1, 415 kg, 1,115 kg, e 1,200 kg. "Sabia que era uma promessa de Deus na minha vida e por isso não tive medo de perdê-la. No último ultrassom que fiz antes do nascimento me disseram que ela não escaparia. Os médicos sempre me disseram que ela era muito pequena. Diziam que ela tinha insuficiência respiratória e que não ia nascer. Por isso, coloquei o nome dela de Vitória". contou.
No nascimento os médicos se surpreenderam, segundo Rosane. “Eles fizeram a maior festa no quarto do hospital. Todos ficaram muito alegres. Assim que nasceram Ester, Cecília e Helena precisaram de aparelhos para respirar, a única que não precisou de ajuda para respirar foi a Vitória, a menina que os médicos disseram que não iria sobreviver. Ela só precisou ficar internada para ganhar peso. O que é normal”, relembrou. "Por fim, após serem liberadas, Vitória saiu do hospital com 1,9 Kg, as outras três saíram com pouco mais de 2 kg", completou.
Apesar de todo trabalho e da rotina alterada, Rosane sempre avalia os aspectos positivos e o amor incondicional é o que prevalece, segundo ela. "Ser mãe é um privilégio, imagine ser mãe de quadrigêmeas? Me sinto abençoada de ter sido presenteada com minhas filhas", concluiu.
Fonte:G1