Aconteceu durante todo o último dia 2, sábado, o 1º Encontro de Formação Docente da Fapam, quando a reportagem GP conversou com o diretor da instituição, Ruperto Vega. Confira.
“Este encontro surgiu dos próprios professores que, diante da necessidade dos desafios da sala de aula, perceberam que existia a necessidade da capacitação. Depois disso, a coisa correu naturalmente: um trouxe uma ideia, outro sugeriu outra coisa, até a coisa ganhar o formato que estamos optando agora, através de um dia de discussão. Todos vieram passar o sábado aqui, onde teremos partes práticas e partes teóricas, além de fazermos uma confraternização entre os professores na hora do almoço. É um momento de oportunidade, mas que eles mesmos provocaram, porque, realmente, o desafio da sala de aula é muito grande”.
REFLEXO SOCIAL – “Acredito que a faculdade, como uma instituição de ensino superior, tem como papel levar para a sociedade novas ideias, novos conceitos e novas metodologias. Então, quando nós capacitamos os nossos professores, isso vai alcançar os nossos alunos e isso vai inspirá-los e eles, provavelmente, irão reproduzir isso nas empresas e nas vidas deles. O que está acontecendo aqui hoje vai de uma forma, direta ou indireta, refletir na sociedade de Pará de Minas”.
REPENSANDO - Para esse evento foi convidado um dos mais renomados professores do Brasil, Marcos Tarcíso Masetto, graduado em filosofia e especialista em formação pedagógica de docentes do ensino superior. Após palestra sobre Metodologias Ativas na Educação Superior, a reportagem GP conversou com ele. Veja.
“A direção da Fapam dirigiu-se a mim, dizendo que pretendia fazer um dia de formação com os professores, no sentido de incentivá-los e motivá-los a repensar sua docência em sala de aula e, principalmente, o atuar do docente no ensino superior. Como trabalho e sou especialista nessa área, aceitei o convite e aqui estou para fazer este encontro com os professores”, explica Masetto.
NÍVEL DOS PROFESSORES? – “O único contato que tive com os professores da Fapam, foi nestas duas horas iniciais de palestra, quando houve, da parte dos presentes, uma participação boa no sentido de perguntar, debater, discutir e apresentar problemas. Posso dizer que eles estão muito envolvidos com tudo o que está acontecendo. Temos a formação dos docentes em termos da área de conteúdo das suas disciplinas e me parece que está bastante bem, mesmo porque as universidades hoje no Brasil exigem no mínimo um mestrado e, comumente, está exigindo-se um doutorado ou pós-doutorado que ajuda o aprofundamento da área de conhecimento do professor. Então, nesse sentido acredito que as universidades estão caminhando muito bem. Quanto à formação pedagógica, diria que agora estamos em um desenvolvimento mais acentuado, no sentido dos professores estarem percebendo que, além do domínio em uma área de conhecimento, eles precisam também de um domínio na área pedagógica para poder exercer sua função de docente que não é apenas transmitir uma informação, mas também colaborar para que o aluno aprenda o que ele precisa na área de conhecimento e nas áreas habilidades e atitudes para que possa se formar um profissional competente”
ALUNOS PASSIVOS? – “De um modo geral, metodologias ativas se referem a aqueles métodos, técnicas e recursos que servem para incentivar o aluno a aprender, incentivar o aluno a participar do processo de aprendizagem e incentivar a ir buscar a sua formação e trabalhar e participar na aula, junto com os colegas e com os professores para adquirir essa formação. São metodologias ativas que impulsionam o aluno a buscar essa formação e sair de uma atitude, normalmente passiva. O aluno tem de estar recebendo as informações dos professores e fazendo provas. Então, é uma tentativa de usar metodologias que mudem essa atitude do aluno passivo para uma atitude de um aluno proativo, participante no processo e aprendendo a se formar”.