Dar uma escapadinha, pular a cerca, chifrar, trair... são muitos os nomes para uma mesma atitude. Segundo pesquisa realizada nos E.U.A, 42% dos jovens e adultos americanos já tiveram alguma experiência sexual fora do relacionamento. Se lá é assim, imagine no Brasil. Porém, que alguns veem como culpa, outros veem como oportunidade ou aventura. Curiosa com o assunto, a reportagem GP conversou com Andréa Rita de Cássia Moreira Fernandes, psicóloga e professora no curso de Psicologia da Fapam. Fique por dentro.
“Falar de sexo é mexer numa caixa que, para alguns, está sempre à vista e para outros está num porão, escondida e no escuro. Com o sexo casual não é muito diferente. Vai depender da forma com que cada pessoa irá lidar. Ter uma vida sexual saudável é um aspecto fundamental para o bem-estar do indivíduo. Para isso, conhecer a si mesmo e saber lidar com as suas fantasias é um ponto crucial para viver uma sexualidade satisfatória. Apesar de vivermos numa época onde circulam tantas informações, inclusive sobre sexo, as pessoas ainda têm muitos tabus quando abordam a própria sexualidade e muitos desejos são temidos ou velados. No caso do sexo casual, a falta de compromisso marca um território, onde o prazer está acima de qualquer vínculo. Praticar sexo puramente para usufruir as nuances orgásmicas descompromete qualquer outro pacto. Ou seja, ninguém deve nada a ninguém. Se o objetivo desse encontro for esse, ótimo, desde que ambas as partes estejam de acordo. O que não vale é ter expectativas para criar uma relação com objetivos distintos”, explica a psicóloga.
PERVERSÃO – “Por exemplo: um dos 2 simula interesse em uma relação amorosa, quando, na verdade, está buscando apenas a satisfação sexual. Podemos pensar assim: trata-se de uma relação perversa, onde há supremacia do desejo de um sobre o outro. Deixar claro quais as pretensões, sem tirar do outro o direito de escolha, é, no mínimo, respeitoso para ambas as partes”.
CONSCIÊNCIA PESADA - A comunicação, o prazer e a emoção são parâmetros imprescindíveis para uma vida sexual prazerosa. É importante ter consciência dos riscos, das vantagens e desvantagens de cada escolha. Sexo é a expressão de um desejo natural e não temos que ter vergonha disso. Mas é preciso saber exatamente o que cada encontro sexual significa para a pessoa. Se for o prazer, ótimo! Não é vergonhoso transar com um desconhecido, como também não é careta não gostar dessa prática. Fazer algo que a sociedade, de modo geral, recrimina, implica em como cada um sustenta seu desejo. Portanto, é preciso estar ciente de cada escolha para que isso não se torne um pesadelo, depois. Para isso, esteja bem consigo mesmo e com sua opção”!