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Nº 2046
14/11/2024


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História de Vida - Maria José do Amaral, 82 - 11/09/2014

Maria José do Amaral, filha de Maria da Conceição e José Ferreira do Amaral, nasceu em Igaratinga/MG, em 26 de dezembro de 1932. Casou-se em 5 de janeiro de 1950 com Mário Alves do Amaral com quem teve 12 filhos. A reportagem GP falou com ela, quando ouviu um pouco de sua história de vida. Não deixe de ler. “Trabalhava na roça com meu pai e minhas irmãs Geralda, Dalva, Maria Valdivina, Ducarmo e Iraci, roçando pastos, fazendo cercas, colhendo feijão, capinando as roças de arroz, fazendo polvilho e apartando vaca. Era um trabalho duro, mas a gente não reclamava. Em casa, ajudava minha mãe nos afazeres domésticos e ainda cuidava das minhas irmãs mais novas. Íamos na beira do rio, onde buscávamos as vacas e brincávamos com os irmãos na prainha. Ah, a minha infância foi muito boa! Com dificuldade, por causa do trabalho e da distância, cursei só até o 2° ano primário, mas tive uma formação de muita sabedoria. Trouxe comigo tudo de bom que uma criança podia ter na vida: a liberdade e uma formação cristã fervorosa. Aos 15 anos, fiquei órfã de pai, o que exigiu ainda mais de mim. Sendo a 2ª filha mais velha, tive que tomar frente dos negócios e da vida financeira da família, mas Deus não nos desamparou, dando força e muita alegria”, relembra Maria José. 1ª FILHA MORTA – “Aos 18 anos, casei-me com Mário Alves do Amaral (já falecido), lavrador e muito dedicado. Continuamos morando na roça, porque ele dava assistência à família da mãe dele, pois ele era o único homem da família. Depois, começaram as provações da vida conjugal. Tive a 1ª filha que faleceu com 7 dias de vida, mas a tristeza não tomou conta de mim. Logo em seguida, tive o 2° filho que me dava muita alegria. E assim, a família foi crescendo no amor e na fé. Com 6 anos de casados, já tínhamos 5 filhos. Aí, resolvemos tentar uma vida melhor em Pitangui/MG, onde nos 5 anos em que estivemos lá, tive mais 2 filhos. Pitangui não deu certo... Com 7 filhos ainda pequenos e longe da minha família, Mário adoeceu. Já instalados com uma madeireira e pensando no melhor para nossos filhos, Mário montou uma escola em um dos cômodos da nossa casa, que era grande, onde poderíamos estudar meus filhos e também os filhos dos vizinhos. A merenda (leite em pó) era servida na pequena cozinha”. 2º FILHO MORTO – “Viemos para Pará de Minas, em 1962, para morar mais perto dos familiares; a mãe dele também tinha se mudado para a cidade, pois havia mais recursos. Todos me deram assistência e amparo. Mas aí veio mais uma provação Divina, quando Deus levou meu filho mais velho com 12 anos... era um menino saudável e bonito que acordou bem de manhã, brincando, mas já à noite estava com febre. O médico, ao examiná-lo, constatou que era tétano, mas, no outro dia, ele já estava sendo velado. Seria quase impossível continuar a vida, se não fosse a fé inabalável que tenho em Deus”. MARIDO E 3º FILHO MORTOS – “Apesar de todo o trabalho e dificuldades, tive mais 6 filhos com a graça de Deus, todos unidos e solidários, totalizando 13 filhos. Aos poucos, eles começaram a se casar e vieram os netos, que trouxeram muitas alegrias para mim e meu marido, provando a minha fé em Deus, à Nossa Senhora, São Judas Tadeu e padre Libério. Veio a doença do meu marido que na época foi diagnosticada como pênfigo. Foram 7 anos de tratamento em BH e, entre consultas e internações, ele faleceu em 1997. Mas eu não poderia parar. Em 2004, em um acidente, Deus levou meu filho Francisco, com 42 anos... Deixou a esposa e 3 filhos menores. No velório, despedi dele com as seguintes palavras: - Obrigado, meu senhor! Com a mesma alegria, de quando o Senhor pôs ele em meus braços, eu o devolvo agora (lágrimas). Não teve quem não se emocionasse e chorasse”... GENRO MORTO – “Em janeiro deste ano, mais uma despedida. Desta vez, meu genro Pedro do Patronato que saiu para pescar e sofreu um infarto fulminante. Eu o tinha como um filho. Foi mais uma perda dolorosa. Mas sempre mantive na fé, pois, além das tristezas também tive muitas alegrias por formar uma família grande, muito unida e que se ama muito. Na alegria ou na tristeza a nossa união fica cada vez mais forte”.

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