Rubens Mendes Guimarães, 93, nasceu no dia 26 de dezembro de 1920 em São João Del Rey/M.G., e é aposentado desde os 60 anos. Filho de José Guimarães e Elisa Mendes do Amaral, tem 7 irmãos e foi casado com Vicentina Mendes Guimarães, que faleceu em março deste ano, com quem teve 8 filhos (Elisa, Eliana, Sizenando, Maria José, Epifânio, Geraldo, Maria Aparecida e Rubinho). Com todos os filhos formados (as mulheres, professoras; 2 engenheiros, 1 advogado e 1 administrador), Rubens já tem 13 netos e 4 bisnetos. Muito lúcido, ele conversou com a reportagem GP m sua residência. Veja.
“Aos 5 anos fui morar em Leandro Ferreira/M.G.. Naquela época, o padre Libério já era bem conhecido, mas eu não me lembro muito dele. Aos 12 anos, me mudei para Nova Serrana/M.G., onde me formei no primário e já sentia vocação pela farmácia e medicamentos manipulados. Com 18 anos, comecei a trabalhar em uma farmácia, mesmo com pouco estudo”, conta Rubens.
FARMACÉUTICO - “Quando eu tinha 18 anos, meu irmão adoeceu e o meu pai teve de chamar um médico farmacêutico de São Gonçalo/M.G., o doutor Antônio Celestino de Almeida, conhecido como Tuniquinho que se queixou com o meu pai sobre a dificuldade de se arrumar uma pessoa para ajudá-lo. Foi aí que surgiu a oportunidade para eu trabalhar com ele. Aprendi muita coisa de farmácia, trabalhando com ele durante 4 anos. Fazia muitos remédios manipulados para as pessoas carentes, sempre foi assim. Depois, já em Pará de Minas, fui sócio do Eudes por muitos anos, na antiga Farmácia São José. Depois que saí da sociedade, montei a Farmácia São Geraldo, onde trabalhei mais 20. Conquistei muitas amizades na época da farmácia. Mesmo não tendo tanto estudo, consegui até a carteirinha de farmacêutico” (riso).
TORCEDOR À FORÇA – “Uma vez, veio uma turma do Cruzeiro com alguns jogadores machucados na minha farmácia e o técnico me perguntou se eles poderiam fazer os curativos. Eu, prontamente, atendi a todos. No final, o técnico perguntou quanto era e eu disse que não era nada. Ele me perguntou: - Como não? Respondi que não era nada, pois foi tudo muito rápido. Ele foi até o carro e voltou perguntando para que time eu torcia e eu disse que nenhum. Ele então me deu uma bola e alguns itens do Cruzeiro e disse: - A partir de hoje, o senhor será cruzeirense. E, desde então, eu sou (risos)”.
CARIDOSO – “Ajudo na conferência de São Vicente de Paula, há 50 anos. Também ajudei na construção da nova matriz (santuário). Sempre ajudei os mais humildes, mesmo que seja apenas com uma palavra amiga”.
MUNDO DE HOJE – “Está tudo muito mudado. Os jovens vivem uma vida desregrada... Eu, como sou muito católico, acho que hoje o mundo está se acabando. Não se tem o mesmo respeito que se tinha antes entre filhos e pais... Que os jovens procurem mais a Deus, porque o mundo não pode ficar do jeito que está”...
ALGUMA SAUDADE? – “Conheci uma das 5 filhas do coronel Epifânio Mendes, a Vicentina, e vivemos juntos por 65 anos (suspiro). Mulher muito boa, nunca brigamos... Eu fiz quase todos os partos dos nossos filhos. Mas, infelizmente, ela se foi... mas um dia vamos nos reencontrar. Sinto muita saudade dela”!