Filho de João Custódio da Silva e Osória Fonseca da Silva, Genésio Fonseca e Silva nasceu no dia 9 de março de 1920 no distrito de Arrudas, em Itaúna/M.G. Genésio trabalhou na roça, desde a infância até completar 26 anos, ajudando os pais e irmãos na criação de vacas que sustentava a família. Em 1946, Genésio mudou-se para Pará de Minas, onde a adotou como sua terra natal, tornando-se um verdadeiro pará-minense. Ele começou com um pequeno comércio no fim da rua Direita, onde vendia tecidos, roupas feitas e armarinho em geral. Depois, alugou mais duas lojas na mesma rua, até que, em 1964, com muito esforço, conseguiu sua sede própria, no edifício Marinho Mendonça, de onde saiu somente 2 anos após a sua aposentadoria. Em 1982, comprou um pedaço pequeno pedaço de terra, onde posteriormente passou a ir quase que constantemente. Usando suas palavras, Genésio assim definia esse lugar: “Aqui, esqueço de tudo e me lembro de onde me criei. Sou mesmo da terra”. Genésio conheceu sua saudosa esposa, Maria das Dores (filha de Chico da Tereza, um dos protagonistas da Cidade Ozanan, com Joana Viegas) e com ela se casou em 1952 e com quem teve 8 filhos, sendo que um deles, infelizmente, faleceu ainda aos 6 meses de idade. Se estivesse vivo, Genésio teria 3 netos, mas conheceu apenas a 1ª. Em 1977, teve a felicidade de celebrar as Bodas de Prata com sua esposa, rodeados pelos filhos e amigos. No campo esportivo, Genésio devotou grande parte de sua vida ao Rio Branco Futebol Clube, no bairro Nossa Senhora das Graças, onde entrou para suas fileiras no início da década de 60, sempre ajudando a diretoria. Com o passar do tempo e já engajado com os demais, sendo atuante torcedor do clube, foi convidado para assumir a tesouraria da agremiação, lutando muito e até colocando dinheiro de seu próprio bolso. Não demorou e foi eleito presidente do time, exercendo 2 mandatos, tendo feito enormes reestruturações dentro do futebol. Depois, na retaguarda, ajudou muito a outros diretores na compra do terreno onde hoje encontra-se o estádio. Ali, foram construídos muros, vestiário, com ele trabalhando até de servente de pedreiro e deixando seus afazeres profissionais a cargo de seus empregados no seu estabelecimento comercial. Na sua administração como presidente do clube fez a reestruturação no departamento de futebol, dando chance aos novos valores, pois era como ele dizia: “São jovens, não têm vícios e todos gostam de coração do clube”. No fundo de sua própria casa construiu um barracão com o pretexto de ser depósito da loja, mas na realidade um dos cômodos era, na verdade, uma sala de reuniões do Rio Branco, que não tinha onde se reunir. Até as cores das paredes eram pintadas em azul e amarelo, cores do time. Mesmo sendo o presidente do clube, carregava os sacos de roupas limpas ou sujas do time para buscá-los ou levá-los para Maria do Tobias, lavadeira do clube. O domingo era o dia de maior alegria para ele, porque havia jogo do Rio Branco, mas tinha de ir à missa primeiro. Se não tivesse ido à missa no sábado à noite, levantava cedinho no domingo para ir à missa e de lá ia direto para o campo. Mas também não se esquecia de levar água gelada com limão para os jogadores, fosse jogo em casa ou fora. Era além de diretor, um fanático que lutava com todas as forças pelo time que escolheu para torcer.
* Através da lei 3176, o Legislativo Municipal decidiu homenagear Genésio Fonseca e Silva, emprestando seu nome ao ginásio poliesportivo localizado no bairro Nossa Senhora das Graças.