Um sacerdote recebe o casal de turistas espanhóis Alexandra e Nicolas, que chega navegando em uma canoa nupcial para mergulhar no mar. Eles estão de lua-de-mel na Polinésia Francesa e decidiram selar sua união quatro metros abaixo da superfície da d'água.
Casamentos embaixo d'água são a nova moda em Bora Bora, a ilha apelidada de "Pérola do Pacífico" que recebeu no ano passado mais da metade dos 173 mil turistas que visitam a Polinésia Francesa. Mais de um terço (35%) eram pessoas em lua-de-mel.
Os organizadores de casamento já estavam acostumados a receber pedidos extravagantes. Alguns turistas querem colocar seu pedido de “Casa comigo?” pendurado em um avião, para que a mulher possa vê-lo passar no céu diante da janela de seu bangalô. Outros alugam uma ilhota para comemorar com centenas de convidados vindos de todo o mundo.
Para se destacar, Paul Ramos, dono de clubes de mergulho na Polinésia, quis “reproduzir dentro d’água os códigos do casamento terrestre”, para casais que, em alguns casos, nunca colocaram a cabeça dentro d’água.
"Deve ser como andar pela primeira vez na lua", exclamou Nicolas. Sua roupa, de fato, lembra a de um astronauta, com um capacete branco na cabeça alimentado pelo ar da superfície. Sem chance de se casar com nadadeiras e tanques de mergulho.
A vantagem do capacete é que o cabelo da noiva fica seco e pode até manter a coroa de flores. Além disso, os rostos não ficam distorcidos pelas máscaras tradicionais.
Graças a fones de ouvido, o sacerdote e o casal podem se comunicar durante a cerimônia. Uma voz suave convida os noivos a se juntarem no altar.
Com passos vagarosos, como se pisassem na lua, eles se movem em um caminho forrado com corais, corações e flores brancas. A capela é composta de uma cortina de bolhas em torno de duas poltronas típicas da Polinésia.
Eles expressam o consentimento mútuo com um polegar para cima, com alguns peixes como testemunhas. No momento em que trocam alianças, uma raia ondula elegantemente em torno do casal.
Os mais sensíveis à ecologia marinha podem plantar um pedaço de coral perto da capela. Eles gravam seus nomes em um pedaço de nácar, que ajuda a identificar o coral, que vai “crescer como o seu amor”, segundo Mark Reutenauer, o organizador da cerimônia.
Após a cerimônia de 20 minutos, o casal passeia em sua canoa nupcial. O padre, que também é músico, toca ukulele e canta uma canção romântica no idioma local.
Ele acompanha Alexandra e Nicolas até uma ilhota, onde eles podem tomar champanhe em uma praia deserta, de frente para o mar azul-turquesa e para o Monte Otemanu, o pico icônico de Bora Bora.
A cerimônia custa 2.700 euros (cerca de R$ 8.600) -- pouco mais, somado o tradicional almoço na ilhota. O valor não é nada proibitivo para os turistas que se hospedam nos hotéis mais luxuosos da ilha, onde uma diária custa mais caro do que isso.
Bora Bora tem menos de 10 mil habitantes e 11 hotéis com 826 quartos, principalmente bangalôs de frente para a praia, e casais em lua-de-mel são os principais hóspedes. A ilha atrai estrelas de Hollywood, mas também os casais ricos americanos e japoneses.
Fonte: http://g1.globo.com/turismo-e-viagem/noticia/2014/11/casamento-debaixo-dagua-em-bora-bora-tem-capela-flores-e-padre.html?utm_source=facebook&utm_medium=social&utm_campaign=g1