EMPREGO EM BAIXA
O Brasil é o país com as piores perspectivas no mercado de trabalho para o próximo trimestre na América Latina, de acordo com uma pesquisa divulgada no Panamá. A empresa de recursos humanos Manpower consultou 30 mil executivos da área em empresas de 10 países do continente. A pesquisa indica que o Brasil tem 7% de tendência líquida de criar empregos (diferença entre empresas que pretendem aumentar o número de funcionários e as que prevêem reduções). Esse percentual é o pior da América Latina, de acordo com a pesquisa, com margem de erro de 3,9%.
"Os empregadores do Brasil indicam as intenções de contratação mais fracas em comparação com toda a região das Américas, pela 1ª vez, desde que o estudo começou (em 2009)", indica o relatório.
Segundo Herlinda Mendieta, gerente da Manpower e encarregada de apresentar o estudo, as causas dessa queda nas perspectivas trabalhistas brasileiras para o próximo trimestre estão ligadas ao fim da Copa do Mundo.
"Para o Mundial, quem tinha que ser contratado já foi contratado e, para os próximos meses, já não será necessário contratar esses funcionários temporários”, diz Mendieta.
O Brasil perdeu 15 pontos em perspectiva de emprego em um ano, a maior queda entre os países estudados, e 5 pontos percentuais, no último trimestre. Na outra ponta da lista está o Peru, com 18%, apesar de 2 em cada 3 empresários peruanos enfrentarem dificuldades na busca por mão de obra qualificada. Depois do Peru, vêm Colômbia (16%), Costa Rica (16%), Panamá (15%), Estados Unidos (14%) e México (14%). (JORNAL DE MONTES CLAROS, Montes Claros/M.G.).
JORNALISMO LOCAL E AMEAÇAS
Fábio Oliva, editor da Folha do Norte destaca o papel da imprensa local na investigação jornalística, pois ela está mais próxima dos fatos, “o que possibilita maior profundidade na investigação, mais informação e mais dados”. Essas informações, segundo Oliva, dão subsídio para as autoridades locais se atentarem às irregularidades e resolvê-las. Para ele, a proximidade da população também é vantajosa, pois facilita a obtenção da confiança de quem, muitas vezes, é fonte do jornalista investigativo. Para Cristiano Pavini, que atua como repórter do jornal A Cidade, de Ribeirão Preto (SP), a realidade é a mesma em cidades maiores, onde também “cabe à imprensa auxiliar ou realizar o papel dos órgãos fiscalizadores”. Apesar da grande importância, existem dificuldades na realização de investigação jornalística em veículos locais.
“Ao mesmo tempo que se está próximo dos fatos, se está mais próximo das pessoas... Portanto, as ameaças são constantes”, afirma Oliva que cita até mesmo o risco físico. Por outro lado, Pavini menciona os empecilhos financeiros que dificultam a investigação jornalística em pequenos jornais. As redações reduzidas impossibilitam que um jornalista trabalhe apenas em um tema de investigação, por muito tempo. Além disso, “boa parte da imprensa local não dispõe de recursos financeiros necessários para a apuração total de algumas reportagens”. O desrespeito à Lei de Acesso à Informação é um aspecto salientado por ambos: “Mesmo municípios grandes, como Ribeirão Preto, derrapam, e muito, no cumprimento”, diz Pavini. Oliva complementa: “A Lei de Acesso ainda não pegou em todas as regiões e eu já vivi experiências com órgãos públicos que cobravam pela informação. (JORNAL FOLHA DO NORTE, de Januária/M.G.).