Há algumas semanas, um terrível acidente mexeu com os pará-minenses, quando 9 pessoas ficaram feridos na BR-262. Tudo começou, quando 8 dessas pessoas estavam indo de ônibus para Nova Serrana/M.G., onde trabalham. De repente, o ônibus que sempre os transportavam teve problemas e o motorista não pode prosseguir com a viagem. Foram para a estrada, quando um motorista de uma Fiorino ofereceu carona para 8 daqueles trabalhadores. Poucos minutos depois, o veículo perdeu o controle perto da comunidade de Torneiros, saiu da pista, capotou e caiu em uma ribanceira de aproximadamente 8M de altura. 2 deles foram levados de helicóptero para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, por serem casos mais graves. Um ainda se encontra internado no C.T.I. do João XXIII. Outros 2 também foram para B.H. de ambulância. As outras 5 vítimas foram levadas para hospitais de Pará de Minas e Nova Serrana. A reportagem G.P. conversou com 3 dessas 9 vítimas que relataram os momentos de terror que eles viveram. Não deixe de ler.
“Entrei no ônibus, como de costume, e fui até Antunes/M.G.. Chegando lá, o motorista parou e foi verificar o ônibus, parando de circular na 2ª entrada de Torneiros/M.G.. Alguns dos trabalhadores desceram e pegaram um micro-ônibus que passava, mas ficaram outros para trás, no caso eu e mais 7. Aí, um veículo Fiorino, dirigido por um conhecido nosso, foi passando no local e ofereceu uma carona; nós aceitamos. Não consigo lembrar de muitas coisas... O que lembro é que o veículo balançou muito de um lado para o outro... Só acordei 2 dias depois, no Hospital João XXIII. Machuquei meu rosto e quebrei o maxilar, mas hoje me encontro bem melhor em relação ao estado em que me encontrava”, relata uma das vítimas, Danilo Silva de Oliveira, 19.
“NÃO VOLTO MAIS” – “Eu não pretendo voltar a trabalhar lá (em Nova Serrana), porque é difícil sair daqui para trabalhar lá. Além de acordar muito cedo, o translado que fazemos é complicado. Não tive cabeça ainda para pensar como vai ficar a situação daqui para frente, mas não culpo a empresa, pois quem levou a gente foi um cara que não trabalha na mesma empresa que nós. Nem todos que estavam no acidente são da mesma empresa. De Pará de Minas foram 5 pessoas, pelo que sei estão todas em recuperação. Aproveito a oportunidade para agradecer a todos que rezaram pela minha recuperação”.
OLHOS FECHADOS – A reportagem G.P. também falou com Nívea Pinheiro de Souza, 19, e Jaqueline Aparecida Martins dos Santos, 19, que também estavam no veículo. Saiba mais.
“Acredito que o motorista do Fiorino nem percebeu a quantidade de pessoas que estavam entrando. O tempo todo, o carro balançava muito. Passando próximo à Granja São João, ele derrapou e capotou. Acho que todo mundo fechou os olhos como eu. Lembro-me que levei vários pontapés no rosto e bati muito a cabeça... Fiquei muito tonta. Eu não conseguia mexer minhas pernas, devido a uma lesão que sofri na bacia, uma dor insuportável. O motorista quis apenas ajudar, mas não imaginávamos que algo tão grave viesse acontecer”, lembra, ainda assustada, a jovem Jaqueline.
DEPOIS DA QUEDA – “Eu lembro de poucos momentos, mas pelo que sei o motorista perdeu o controle e, além disso, o pneu estourou. No momento da queda, eu bati a cabeça, mas consegui me levantar e andar para ver o resto das pessoas. Felizmente, não fraturei nada, apenas tive algumas escoriações pelo corpo, mas ainda sinto dores na perna e nas costas. Achei o meu celular e fiz ligação pedindo socorro. Como estávamos sentido muitas dores, eles nos levaram para o Hospital João XXIII, mas recebemos alta por volta das 22H, do mesmo dia. No momento, estamos afastadas e resolvendo questões burocráticas. Somente depois disso vamos retornar ao trabalho. Iremos voltar a trabalhar normalmente porque não podemos ficar paradas. Quando entramos na Fiorino, ninguém pensou em acidente, só queríamos ir trabalhar. Desejo muita força a todos que estavam conosco e agora se recuperam”, conta Nívea.
CENA DE TERROR – Ainda comovido com o estado do irmão Danilo, Gutierrez Luiz de Oliveira, 24, falou como foi o momento em que deparou com a lamentável cena na beira de estrada. Acompanhe.
“Eu estava em casa me preparando para ir para Nova Serrana, pois também trabalho lá, mas vou sempre de moto. Quando recebi a ligação da minha mãe dizendo que meu irmão tinha sofrido um acidente, saí desesperado para o local do acidente. Chegando lá, vi uma cena de terror: pessoas espalhadas pela pista, chorando, alguns gritando de dor... Foi um momento difícil. Eu pensei que meu irmão estava morto. Quando percebi que ele respirava, perguntei como ele estava, mas ele não me respondeu. Em seguida, o Corpo de Bombeiros chegou e fez o resgate. Depois do acidente, passei por lá só mais uma vez, porque não pretendo trabalhar mais em Nova Serrana. Acho que fiquei com um certo trauma e agora prefiro ficar mais perto da minha família, por questões de segurança”, fala Gutierrez.