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Sem rivalidade, mãe e filha disputam vaga para medicina na Unicamp - 21/11/2014

Adriana Annoni, de 39 anos, e a filha Laura Annoni, de 20, disputam pela terceira vez uma vaga no curso de medicina da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Candidatas ao curso que tem 204 concorrentes por vaga, o mais disputado, nem de longe se vêm como como rivais. "É bom nem pensar nisso", explica Laura. Além da relação familiar, as duas são parceiras em quase tudo: estudam no mesmo cursinho, hoje em salas separadas, mas há dois anos chegaram a conviver com os mesmos colegas e professores. Contam que até sentavam juntas no início, mas depois foram se enturmando. "Aí cada uma foi fazendo amizade com uma e outra", lembra Adriana. No domingo (23), as duas vão estar juntas na primeira fase do Vestibular da Unicamp. Elas foram selecionadas pela Comissão Permanente para o Vestibular da Unicamp (Comvest) para fazer o exame na mesma escola, mas não na mesma sala, já que os vestibulandos são separados por ordem alfabética. "No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caímos em colégios diferentes e meu marido foi deixando uma em cada local", conta a mãe. Vai ser a primeira vez que as duas tentam ultrapassar a barreira da fase eliminatória, já que nos dois anos anteriores não conseguiram chegar na segunda parte da disputa por vagas na estadual de Campinas. Apesar de estudarem no mesmo cursinho, no período da tarde elas se separam um pouco. A filha, na maioria das vezes frenquenta os plantões de dúvidas. A mãe, nem sempre pode se dedicar aos estudos nestas horas. Mas a ajuda delas não para. Laura auxilia Adriana em matemática e física, a mãe devolve a gentileza dando uns toques em biologia. Terceira médica? Se 2015 começar com aprovação para Adriana e Laura, a família Annoni vai ter, em breve, três médicas. Vitória, de 23 anos, filha de Adriana e irmã de Laura, é aluna de medicina. Para Laura, pode ter vindo dela o estímulo para seguir a profissão. "Eu acho que foi a minha irmã, que faz medicina, que me inspirou", ressalta a candidata."Eu sou pioneira mesmo, na minha família não tinha ninguém que fez medicina", pontua Adriana, que chegou a cursar biologia por um tempo, mas disse acreditar que a vida profissional dela está associada a cuidar das pessoas. "Eu não tenho essa ambição, por dinheiro, é porque eu gosto mesmo", defende a estudante que além dos estudos no cursinho ajuda o marido em uma empresa de brindes. "Ele é o meu maior incentivador". Mãe e filha se disseram ansiosas já que “a hora da verdade está chegando”, mas arriscam em que área da medicina gostariam de atuar após a graduação. Laura sinaliza que gostaria de trabalhar no Médicos Sem Fronteiras, organização não governamental e sem fins lucrativos que atende pacientes carentes em ações humanitárias em conflitos armados, epidemias, desastres naturais, desnutrição. Também chegam a locais onde não há acesso a este tipo de atendimento. Neste ano, o grupo enviou médicos para locais com registros de casos de ebola na África. Adriana também tem alguma coisa em mente quando deixa de lado o estresse das aulas e da chegada do exame. Ela disse que gostaria de ser infectologista, área dedicada aos profissionais que cuidam de pacientes com doenças infecciosas ou parasitárias, causadas por vírus, bactérias, fungos e outros micro-organismos.

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