Há 3 anos, quem passava próximo aos bairros Nossa Senhora de Fátima, Segredo e Dona Flor visualizava uma área cercada de entulhos, mato e resíduos. Isso provocava incômodo aos moradores e também contribuía para a proliferação de animais peçonhentos. Porém, o que era considerado um aterro, aos poucos foi se tornando um espaço agradável e bem frequentado pelos pará-minenses. Com ajuda dos moradores e da ONG Ama Pangeia, o antigo aterro se tornou ponto de referência para os moradores que moram por ali. A reportagem G.P. conversou com o presidente do Codema - Conselho Municipal de Meio Ambiente, o biólogo José Hermano Oliveira Franco que falou sobre essa reestruturação. Saiba mais.
“Esse trabalho é fruto de voluntários da própria comunidade e do entorno dos bairros. A forma que o aterro estava incomodava as pessoas. Então, elas começaram a querer cuidar, fizeram uma cerca e começaram a plantar algumas árvores. Elas também procuraram a ajuda da Ama Pangeia e nós dissemos que ajudaríamos dentro das nossas limitações. Doamos mudas de árvores, enxadas, bancos, carrinhos de mão e até parte da iluminação. O bacana foi que os moradores foram construindo esse espaço; muitos deles são religiosos e fizeram até um espaço de oração. O local tornou-se agradável e acreditamos muito nesse tipo de mudança. As pessoas têm que usar a natureza e é isso o que acontece aqui”, acredita José Hermano.
COMO É O ESPAÇO? - “É um local onde as pessoas podem caminhar, rezar e relaxar. Faz muito bem esse contato com a natureza. O trabalho aqui foi bem feito e está dentro do que acreditamos, além de ser recuperação da área. O trabalho de remoção dos entulhos foi feito, pouco a pouco, pelos próprios moradores. Já existiam algumas árvores no local, mas nós doamos outras, de acordo com as solicitações dos moradores, que queriam árvores que dessem sombra e fossem bonitas. Podemos até ajudar a estender essa área, mas hoje não temos mãos de obra para isso. Mas se precisarem de ajuda, sempre poderão contar conosco”.
EXISTEM OUTRAS ÁREAS? – “Sem dúvida e acreditamos 100% nisso. Não é necessário pedir autorização para a Ama, basta procurar saber onde existe uma área verde e procurar o município. Não adianta ficarmos apenas sentados, cobrando do poder público. Lógico que ele é responsável por muitas coisas, mas deveria fazer muito mais do que faz... Deveria e poderia, mas nós, cidadãos, temos que assumir a responsabilidade pela qualidade de vida que queremos. O que a Ama faz, como ONG, nada mais é do que assumir a responsabilidade pela qualidade de vida. Às vezes, é conflituoso e complicado, mas no final gera um bom resultado para todos. Devemos sempre pensar mais no coletivo e menos no individual”.