BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
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Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1906 abaixo:
VOCÊ SENTE-SE CULPADO POR ESSA DESUMANA DISTRIBUIÇÃO DE RENDA NO BRASIL?
Ao sair de uma exaustiva reunião, em que os dados mensais da companhia foram apresentados e eram negativos, dois dos sócios saíram dali com os olhos nos buracos. Daí a pouco, entraram no melhor self-service da cidade, sem trocar uma palavra. Foram ao banheiro, lavaram as mãos e se dirigiram ao buffet. Ali, higienizaram, novamente, as mãos com álcool gel, colocaram luvas de plástico e começaram a servir a cheirosa comida. O mais gordinho encheu o prato, com poucas hortaliças e muita massa e carne. Já o mais magrinho encheu o prato de hortaliças e um ou dois pedaços de peixe cozido. Passaram pela balança para pesar os pratos, que acusou, obviamente, preços muito bem diferentes. Um mais que o dobro do preço do outro. Sentaram-se à mesa e olharam para o aparelho de tv, onde o número de mortos com a tempestade de Petrópolis/RJ tinha quadruplicado. Após um certo silêncio, o magro derramou por cima de seu prato quase ¼ da garrafa de azeite extra e o gordinho questionou:
- Pra que tanto azeite, cara? Detesto azeite...
O outro riu e falou:
- Sigo o ensinamento do meu pai que dizia que com azeite a comida sai mais rápida (riso).
Um garçom tagarela aproximou-se deles e perguntou o que eles gostariam de beber. O gordinho pediu uma Coca 600ML e, ao ver que o magrinho nada pediu, questionou:
- Uai, você não bebe nada não?
- Durante as refeições não. Só bebo antes ou depois dela.
O gordinho, após levar à boca umas três ou quatro garfadas cheias, mastigando quase nada e engolindo rápido, falou:
- Os números da empresa apresentados hoje me tiraram do sério. Puxa vida, estamos no buraco! Fico comparando com os resultados da empresa, antes dessa pandemia. Lucro dez vezes maior que o prejuízo apresentado hoje.
O magro, que sequer havia levado a 1ª garfada à boca, ponderou:
- Se você ficar comparado com os lucros do passado, sofrerá ainda mais. Eu comparo a empresa com outros do mesmo setor, que estão em situação ainda mais grave que a nossa. Inclusive, duas delas já fecharam as portas. Nós sequer reduzimos o quadro de funcionários...
O gordinho retrucou:
- Eu admiro você nos comparar com os mais fodidos, mas eu só faço comparações com os que estão nadando em dinheiro, ganhando rios de dinheiro!
- Pois é... já eu gosto de pensar na massa pobre que sofre horrores, todo dia, como os nossos peões. A maioria deles não entende, sequer, o que está acontecendo com a economia do Brasil. Tenho compaixão por cada um deles e peço perdão, diariamente, por essa desumana divisão da renda brasileira, porque sinto-me culpado. Isso, sem falar na desumanidade com que muitos tratam esses nossos infelizes semelhantes desafortunados!
E você, consegue olhar um pouco além do que para o seu próprio umbigo?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: APESAR DA DIFICULDADE, É MUITO IMPORTANTE APRENDER A RESPEITAR O OUTRO COMO ELE É