Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2010
11/03/2024


GENTE PENSANTE
Bié Barbosa

Bié Barbosa

GENTE PENSANTE 
BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”!


* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).

Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1928 abaixo: 

ENTRE A VIDA REAL E A QUE SE INVENTA

Bem nova ainda, 16 anos, aquela garota de cabelos roxos escondendo cabelos raspados por baixo já sabia que a sua sexualidade não era a tradicional, tipo papai e mamãe. Porém, nasceu em uma família, que apesar de jovem era das mais tradicionais, inclusive com conceitos retrógrados.

- Amarrada pelas falas familiares - era o que ela dizia que sentia às melhores amigas.

Um dia, porém, assistiu em sua escola um debate sobre sexualidade, com tema escolhido pelos próprios alunos. Os convidados para discorrer sobre o assunto eram uma psicóloga e um ginecologista. Durante o evento, choveram perguntas por escrito da jovem plateia, quase todos solicitando anonimato de seus nomes. A garota de cabelos roxos não enviou perguntas, mas chamava a atenção pela expressão de interesse em seu rosto, durante os 60 minutos do evento. Encerrado o aplaudido debate, ela esperou a plateia se dirigir para a cantina, de onde exalava um delicioso cheiro de galinhada. Quando o auditório se esvaziou, ela aproximou-se da psicóloga e foi direta ao ponto:

- Sou LGBTQQICAAPF2K.

A psicóloga sorriu e indagou:

- Boa noite, tudo bem? Arrumaram tantas letras para definir sexualidades que até eu me perco... Você sabe o significado de todas elas?

- Sei sim: L de lésbicas, G de gays, B de bissexuais, T de transexuais ou transgêneros, o 1º Q é de queer, o 2º, questionam, C de curioso, o 1º A é de

assexuados, o 2º, aliados, P de pansexuais/polissexuais, F de familiares, 2 de espíritos, K de kink e + de etecétera.

A psicóloga suspirou:

- Ufa! Nem eu sei mais onde me enquadrar (riso). E você, tão nova, já sabe o seu lugar?

- Sei sim, sou transexual, mas meus pais não me aceitam. Fingem que não me veem como eu realmente sou e eu estou sofrendo... (emoção).

A psicóloga pegou as duas mãos da garota e falou, calmamente:

- É como se você fosse um peixe preso ao anzol, não é? Mas chegará uma hora em que ele tirará o anzol e se libertará nas águas.

A menina disse tristonha:

- Não sei se conseguirei...

- Se você não conseguir será porque você optará por uma estrada sem sol, mas acho que com você não será assim.

A garota insistiu:

- Não é tão fácil assim.

- Tudo na vida passa! Sabia que as estrelas que vemos no céu hoje já passaram, porque nem existem mais? Um dia, tudo na vida passa. Até as estrelas... E lhe digo mais: a vida é aquilo que a gente inventa!

A estudante perguntou espantada:

- O que eu vou inventar, então?

- Ah, inventa que você é feliz!

E você, já descobriu como é simples ser feliz?

UMA BOA LEITURA!

* O fim do diálogo desta crônica foi baseado na música Nenhum de Nós, de Oswaldo Montenegro.



O editor GP escreve mais uma crônica: JÁ VIU ALGUÉM NASCER COM APELIDO? 


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