Muitos sabem que o apelido Patafufo, dado ao fundador desta cidade, o bandeirante paulista Manoel Gomes Baptista, teria vindo da junção das palavras Pato e Fofo por ter sido ele uma figura rechonchuda e de pequena estatura. Porém, o que a reportagem GP descobriu agora, através de um texto fantástico de uma conceituada especialista em História e Cultura de Minas Gerais, é que esse apelido pode ter tido uma origem bem diferente dessa que, até o momento, os pará-minenses ainda têm como verdadeira. Confira o resumo preparado pela GAZETA em cima do extenso texto apresentado ao jornal pelo museu local, em primeiríssima mão. Imperdível.
“(...) Quando se lê atenciosamente a história a nós legada por José Augusto Correa de Miranda, era tradicional chamar-se Manuel Batista que por suas pavonices e ostentações, ganhara o apelido de Patofofo, o qual passou com pouca alteração ao arraial [...] Patafufo. É bom questionar quais seriam essas pavonices do alferes Manuel Gomes Baptista? E suas ostentações? Que indumentária, enfeites e demais quinquilharias da época eram usados pelo mameluco caiapó na hora do seu exercício militar como alferes do Terço de Ordenança da Companhia de Pitangui ou a passeio pelo arraial que muito antes de sua morte era conhecido pelo seu próprio nome? É nossa proposição que o seu cavalo Rosilho fosse fufo, isto é, ajaezado, considerando que a denominação corresponde ao modo mouro pelo qual se aparatava o animal para a cavalhada, costume bem em voga em Mariana/MG, berço mineiro dessa tradição ibérica no Brasil.
- Lá vem o Fufo! Lá vem o Patá e o Fufo!
Olha o Patafufo aí! Nos festejos do Triunfo Eucarístico, em 1733, para comemorar o traslado do santíssimo Sacramento da Igreja do Rosário para a Igreja do Pilar, em Vila Rica, as cavalhadas tiveram cavaleiros ricamente vestidos e montados em briosos cavalos bem ajaezados. Esses eram suntuosamente transformados na peça ornamental do desfile, chamando atenção não só pela sua cavalgadura, mas pelo aparato de seus enfeites, motivo de maior atração, quando homem e cavalo se transformavam em uma só figura. A cavalhada era utilizada como exercício militar da Companhia de Cavalaria e, portanto, também dos Terços de Ordenança. Quando nascia um príncipe ou outro motivo de regozijo, era esta a forma com que a população se manifestava. Durante os festejos do casamento de Dom Pedro de Alcântara com a princesa Dona Leopoldina, houve cavalhadas e apresentações dos cavaleiros. Todos estavam montados em soberbos cavalos ricamente ajaezados e satisfizeram