A conceituada artista plástica,
Yara Tupynambá, 79, esteve pela
1ª vez em Pará de Minas, na noite
da 4ª feira, 14, para a abertura da
exposição Gravuras e Telas, na Escola
de Artes e Ofícios Sica. Natural de
Montes Claros/MG, Yara fez estudos
artísticos com Alberto da Veiga
Guignard em Belo Horizonte, onde
há muitos anos reside, e Oswald
Goeldi, através de uma bolsa da Pratt
Institute, em New York/USA. Ela já
expôs e participou de vários Salões
de Artes, tanto no Brasil como no
exterior. Para se ter uma ideia, Yara
Tupynambá tem 92 painéis e murais
espalhados pelas mais importantes
capitais brasileiras. Antes da
abertura, muito simpática e falante,
Yara Tupynambá, conversou com a
reportagem GP.
“O convite para essa exposição
foi uma sedução do José Roberto
(diretor de cultura), quando ele
esteve em minha casa, querendo
conversar, e me chamou para expor.
Eu disse para ele que não tinha nada
para expor. Não tinha nenhuma tela
inédita. Então, as gravuras expostas
aqui, em Pará de Minas, não são
mais minhas, são do instituto Yara
Tupinambá que me emprestou. Mas
quando eu vi só gravuras, pensei: a
exposição vai ficar feia. Então, então,
pensei em levar um quadro, mas
exposição com um quadro apenas
fica ruim. Aí, acabei trazendo metade
de gravuras e metade de quadros. A
diferença entre gravuras e telas é que
as gravuras são mais democráticas e
permite que eu continue em algumas
casas, que as pessoas fiquem com
algumas gravuras. As gravuras
são reproduções de telas. Ao pé de
cada gravura há um número e esse
número significa a tiragem feita.
Nessa exposição, há gravuras de
quadros meus, mas há alguns que
foram feitos especificamente para
serem gravuras. Já as telas vêm de
um trabalho mais sofisticado, mais
importante como pintora; enfim, é
um setor mais refinado”, ensina Yara
Tupinambá, cujo nome vem de uma
avó que era índia.
DA JANELA – “Sou basicamente
uma colorista e trabalho com a
técnica acrílica sobre tela que
é uma técnica de pinceladas
pequenas, com transparências, uma
técnica praticamente europeia.
Praticamente, todos meus quadros
são sobre Minas Gerias. Essa
exposição é intimista, pois é de coisas
que eu tenho no meu ateliê, minha
vivência em torno do ateliê e que eu
coloco como janelas imaginárias, de
onde eu vejo o mundo. Tudo que tem
nos quadros eu vejo da minha casa.
São coisas que fazem parte da minha
vivência de abrir-se para o mundo”.
MURAIS TOMBADOS – “Tenho
mais de 50 anos de carreira,
considerando desde menina. Com
7 anos, eu já desenhava muito;
com 12, tive um curso especial da
secretaria de educação e eu não fazia
um desenho convencional como as
outros faziam, já tinha desenhos só
de observação, desenho livre; e com
25 anos, já tinha ganhado todos
os prêmios dos salões nacionais.
Em 2010, tive a consagração maior
que um artista pode ter, pois tive 7
murais tombados pelo Patrimônio
Histórico e Artístico e isso é um
significado muito forte para um
artista”.
* Essa bela exposição ficará em cartaz, na
escola de artes, até o dia 14 de outubro.
Não deixe de visitar. Oportunidade única
na cidade.