Selo GP - Rodrigo Roreli Laço
Fundação: Francisco Gabriel
Bié Barbosa
Alcance, credibilidade e
imparcialidade, desde 84
ANO 40
Nº 2044
05/11/2024


Notícias
Notícias

FALA LEITOR - 13/03/2014

BADERNA FINANCIADA Legisladores, especialmente, são pressionados a criar desfechos imediatos, milagrosos. Diante de gravíssimos problemas, o brado popular quer a solução agora. Do ponto de vista de quem sofre as injustiças sociais (fome, violência, questões de saúde...), a urgência se justifica. E, para os casos mais graves, ações emergenciais são de fato necessárias. Mas como ninguém pensa no longo prazo, nunca se ataca as causas e, ano após ano, o problema não diminui. Consequentemente, o sentimento de urgência só aumenta. Vide o recente caso dos Black Blocs. A atuação dessa gente, finalmente, começa a ser desmascarada: há organizações políticas financiando a baderna com objetivo de tumultuar o governo Federal. Com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, esse fenômeno voltou a acontecer. Diversas propostas de resultado imediato foram apresentadas por deputados, como a sinistra lei de terrorismo (uma espécie de AI-5 moderno) e a especial criminalização por ataques a jornalistas. Ora será esse mesmo o caminho? Estou convicto que temos leis demais. Criar um crime diferente para quem mata jornalista não fere o núcleo da questão, apenas acalma temporariamente a opinião pública... (BRUNO QUIRINO, Divinópolis/MG, cujo título original é Soluções Milagrosas). SUA EMPRESA QUER UM ROBÔ? É muito comum ver artigos com títulos semelhantes a esse na internet. Basta digitar em um site de busca sobre o tema acima que, em frações de segundos, uma infinidade de material surge à sua disposição. Isso acontece, porque as entrevistas de emprego ainda são muito semelhantes entre si. Você provavelmente já deve ter passado por entrevistas de emprego com script parecido com esse: alguém, sentado em uma mesa, analisa seu currículo e faz algumas perguntas sobre sua formação, experiências em empregos anteriores e algumas competências. Logo em seguida, é a vez das perguntas criativas, cujos recrutadores saem bombardeando os candidatos com questionamentos do tipo: Qual é a sua maior qualidade?; Por que gostaria de trabalhar conosco?; e a mais estranha de todas: Se você fosse um animal, qual seria?. A situação fica ainda pior, quando a seleção é feita de forma coletiva, colocando candidatos para realizar dinâmicas sem sentido, expondo pessoas que parecem desesperadas para conquistar a tal vaga. A área de recrutamento e seleção de pessoas evoluiu bastante - isso não podemos negar - mas o que percebo é que alguns aspectos, infelizmente, permanecem os mesmos. Não estou generalizando, pois acredito que existem empresas que realmente fazem a diferença, mas posso afirmar, seguramente, que elas não são a maioria. Se de um lado temos empresas que usam sempre a mesma dinâmica nas entrevistas de seleção, do lado dos candidatos é possível ver uma grande busca por artigos com dicas para ensinar como melhor se comportar em uma entrevista de emprego, o que falar e o que não falar, o que vestir, evitando, assim, ser eliminado. O que se percebe claramente é uma automatização na forma com que os recrutadores selecionam e também uma tentativa de adequação da demanda por parte dos candidatos, que se robotizam para atender as solicitações das empresas. É um tanto divergente querer contratar pessoas diferentes, se é feito tudo sempre igual. É preocupante pensar que algumas pessoas foram contratadas justamente porque deram as respostas certas, se vestiram de maneira correta e se comportaram exatamente como deveriam se comportar, de forma mecânica e totalmente artificial. Precisamos entender que, enquanto existir esse tipo de entrevistas nas empresas, mais artigos denominados Como se Comportar em uma Entrevista de Emprego serão possíveis encontrar por aí. Fazer uma entrevista de emprego mais subjetiva, singular e humanizada é, de fato, mais trabalhosa, mas se queremos contratar pessoas, devemos assumir essa dinâmica. Caso contrário, ao invés de gente, são os robôs que serão configurados com um sistema organizacional adequado. (GISELE METER, São Paulo/SP, cujo título original é Como se Robotizar em uma Entrevista de Emprego).

Mais da Gazeta

Colunistas