A PETROBRAS E OS POLÍTICOS
A Petrobras, 1ª empresa brasileira e 10ª do mundo, construída com capital e esforços de todos os brasileiros, está inserida no noticiário policial. Da mesma forma, as estatais de transporte de massa figuram em processos relativos à corrupção de dirigentes e funcionários, a que se convencionou chamar Cartel do Trem. São importantes corporações com tarefas estratégicas para a vida da população e a economia nacional, enlameadas pelos malfeitos de dirigentes e operadores que sangraram seus cofres ou, na melhor das hipóteses, foram incompetentes e as levaram a fazer maus negócios. O preocupante de todo esse quadro é que as notícias surgem exatamente no momento em que começa a ser cumprido o calendário eleitoral para a escolha do novo presidente da República, governadores e parlamentares federais e estaduais. Seria um duro golpe em todos os brasileiros concluir que tudo isso está vindo à tona nesse momento com o exclusivo propósito de atrapalhar ou beneficiar candidaturas que se apresentam como viáveis às eleições. A hipótese é sórdida demais para ser verdadeira. Para nosso bem, queremos acreditar que tudo não passa de coincidência de acontecimentos e que os partidos e candidatos envolvidos no próximo pleito nada tenham de indução nesses escândalos e deles não se beneficiem ou se prejudiquem. Se isso vier a acontecer será mais um motivo para o povo reduzir ainda mais a já baixíssima credibilidade que hoje deposita na classe política. Lançadas as cartas na mesa, é preciso apurar, processar e punir todos os responsáveis pelos desmandos, independentemente de suas identidades ou vinculações partidárias. Os políticos precisam abandonar definitivamente a prática de acusar e desconstruir os adversários na época de campanha e depois esquecer tudo o que foi dito. O que for denunciado tem de ser rigorosamente apurado para a punição dos culpados e, caso seja inverídico, para os denunciantes responderem por denunciação caluniosa. Esperamos que, desta vez, os errantes da Petrobrás, do Cartel de Trens e de outras inconformidades que se denuncia país afora sejam exemplarmente punidos. Não por sua vinculação político-partidária, mas pelas falhas e crimes que cometeram. As estatais têm uma missão a cumprir e precisam ficar livres dos administradores temerários, corruptos e incompetentes... (JORNAL DA CIDADE, de Poços de Caldas/MG.