BIÉ BARBOSA, jornalista e publicitário (UFMG), nascido em Pará de Minas em 22/11/53, é casado com Maíza Lage com quem tem 4 filhos. SEU LEMA: “O SENHOR É MEU PASTOR, NADA ME FALTARÁ”! |
* VOCÊ ENCONTRA A GAZETA NAS SEGUINTES PADARIAS: BARIRI (São José), CAFÉ COM LEITE (São Luiz) e FRANÇA (rua Direita); * MERCEARIA DONA BENTA (São José) * NAS BANCAS: FELIPE (em frente à EE Governador Valadares); FRANCISCO (em frente ao Santander); LEONARDO (praça das “bolas”) * E POSTO STOP SHOP (avenida Ovídio de Abreu).
Veja também a crônica deste mesmo colunista da edição 1934 abaixo:
A IMPORTÂNCIA DE SER VALORIZADO, DESDE A MAIS TENRA IDADE
Este meu saboroso ofício de escrever vem de longa caminhada, quando eu nem entendia que se tratava de um dom. Achava apenas que era uma necessidade de expressar em palavras os sentimentos bons ou ruins que brotavam dentro de mim. Também não podia imaginar que, um dia, eu ganharia a vida escrevendo. Tudo começou, porque pessoas valorizavam esse meu escrever, desde pequeno. Lembro-me - não sei se lembrarei de todos - de uma pessoa muito querida que eu chamava de Maria do Senhor Moura. Ela e o marido eram amigos dos meus pais e tinham uma fazenda próxima da, dele. Um dia, alguém de minha família, acho que minha mãe, comentou com ela que eu gostava de escrever. Dona Maria, então, pediu para ver algum texto meu. Eu apresentei alguns a ela, todo envergonhado. Após lê-lo, ela tirou os óculos de lentes grossas, olhou-me fixamente nos olhos, e disse:
- Menino, você escreve muito bem! Vamos combinar uma coisa? Escolha uma estória para escrever, em capítulos, e, toda vez que eu vier aqui, você me mostra! Combinado? Vou lhe dar um caderno grande e grosso e uma caneta de presente, para você começar.
Claro que o meu coração de criança ficou totalmente valorizado e - por que não? - iluminado. Comecei, então, a escrever, a história de vida dos meus pais, quando namorados, envolto de brigas políticas entre os meus avós, paterno e materno, em Onça do Pitangui/MG. A partir daí, todo sábado, quando ela chegava na fazenda do meu pai, eu corria para mostrar a ela, naquele caderno que ela me deu, os meus novos escritos. Isso durou um bom tempo... Muitos anos depois, para a minha surpresa e alegria, na missa da minha formatura, em Belo Horizonte, no impróprio horário das 7H, ela se fez presente. Inesquecível para mim o orgulho que ela disse estar sentindo de mim. Mais adiante, quando a minha irmã Rosângela casou-se e foi morar no nordeste do país, eu lhe escrevia longas cartas, contando tudo sobre o dia a dia da casa de nossos pais. Ela gostava muito e, quando, por telefone, alguém ia lhe contar algum caso novo, não poucas vezes ela informava que eu já havia lhe contado, em uma de minhas longas cartas. E ela, ao respondê-las, sempre frisava que a saudade dela amenizava, ao receber as minhas notícias. Também me deram incentivo enorme para as letras os professores, Geraldo Abreu, no ensino fundamental, e Guilhermina Duarte, no, médio. E, assim, fui rompendo nos estudos, até ocupar uma daquelas vinte e cinco difíceis carteiras do curso de comunicação da UFMG. Ali, entre tantos bons mestres, tive ainda o grande prazer de conviver com a professora de filosofia Lea Laterza. Grande mestra que, certo dia, me chamou no reservado, após a sua aula, e me disse, ao pé do ouvido:
- Você é muito criativo no que escreve e espero que você tenha consciência disso, porque quero ver você brilhar lá fora!
E você, teve a sorte de encontrar pela frente pessoas que valorizaram você, de alguma forma, desde a infância?
UMA BOA LEITURA!
O editor GP escreve mais uma crônica: A SALADA MISTA DA PRINCIPAL AVENIDA DA CIDADE, EM SEUS 163 ANOS